Assistidos e Reassistidos: A Autópsia

Alexandre Callari, cinéfilo compulsivo, assiste praticamente a um filme por dia e, de vez em quando, resolve compartilhar a experiência na seção Assistidos e Reassistidos.

Cara, “A Autópsia” tinha tudo para ser uma pequena obra-prima do terror moderno e só não levou 4 estrelas por meros detalhes. No final ele perde um pouco o fôlego, e certas perguntas não são respondidas – e não é aquela pergunta sem resposta que é legal, mas aquela que queima um pouco o filme. Além disso, certas soluções não coadunam com a resolução do filme.

Dito isso, é um filme bastante superior a média atual. Tenso, sério e claustrofóbico, se passa inteiro dentro de um só ambiente, praticamente o tempo todo com apenas três atores em cena – sendo que um deles, a Jane Doe do título, não faz nada além de sofrer a autópsia. Aliás, a ideia é muito original, ainda que poderia ter sido um desastre – mais da metade do longa apenas acompanha a autopsia em um cadáver. E acredite em mim, não é enfadonho, pelo contrário. A cada descoberta bizarra que os legistas fazem sobre o corpo, o espectador vai ficando mais compenetrado. Quando coisas sobrenaturais começam a acontecer dentro de um clima tão tenso que tudo parece prestes a entrar em combustão de uma hora para outra, você já está fisgado.

É uma obra menor, mas que sem dúvida merece ser conhecida por apreciadores do gênero.