Assistidos e Reassistidos: As Minas do Rei Salomão

Alexandre Callari, cinéfilo compulsivo, assiste praticamente a um filme por dia e, de vez em quando, resolve compartilhar a experiência na seção Assistidos e Reassistidos.

As Minas do Rei Salomão | Rockarama

As Minas do Rei Salomão
King Solomon’s Mines
Ano: 1985
Diretor: J. Lee Thompson
Com: Richard Chamberlain, Sharon Stone

Classificação:

Bem, acabei de destruir mais uma memória da minha infância. Recordo-me que adorava esse filme, mas reassisti-lo foi um desastre. O que aconteceu na época é que, após o sucesso de “Os Caçadores da Arca Perdida”, saiu uma torrente de produções similares, tudo de terceira categoria. Até Chuck Norris tentou a sorte num filme do gênero e quebrou a cara.

Um dos imitadores mais lembrados é Richard Chamberlain, no papel de Alan Quatermain. Na época, o ator era um grande astro, egresso de sucessos como “Shogum”, “Pássaros Feridos” e, claro, o “Doutor Kildare” – que o alçou ao status de sex symbol. Sharon Stone era uma ilustre desconhecida de rosto bonito e o diretor Thompson tivera grandes momentos na década de 50, como o suspense “Círculo do Medo”, mas havia se tornado um operário genérico nos últimos anos.

“As Minas do Rei Salomão” foi produzido pela dupla de picaretas mais emblemática da história do cinema, a Golan-Globus – então no seu auge. Neste período, eles conseguiram atrair grandes astros, incluindo Stallone, Chuck Norris e Christopher Reeve, e chegaram a lançar vários bons filmes. Não é o caso deste.

O longa não tem história, apenas uma colagem infindável de cenas de ação – uma mais malfeita do que a anterior. Os diálogos são péssimos, uma frase clichê após a outra, e nenhuma atuação convence, assim como nenhum efeito especial. Só não dei uma estrela porque algumas cenas são engraçadas, principalmente as com Sharon.

A forma estereotipada como o filme trata as tribos africanas também incomoda um pouco, assim como o tratamento dado à própria protagonista, que só está lá para ser linda, gritar quando está em perigo e exclamar com um ar pasmo e olhar de surpresa “Quatermain!”, cada vez que Chamberlain aparece para lhe salvar a vida. Ela está longe de ser a Marion cheia de carisma que acompanhava Indiana Jones em sua primeira aventura.

Eu curto rever tranqueiras do passado, mas essa aqui envelheceu bem mal.

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