Assistidos e Reassistidos: Herança de Sangue

Alexandre Callari, cinéfilo compulsivo, assiste praticamente a um filme por dia e, de vez em quando, resolve compartilhar a experiência na seção Assistidos e Reassistidos.

É ótimo ver Mel Gibson de volta à velha forma. Na verdade, seus últimos filmes têm sido bons, embora tenham feito pouco sucesso. Particularmente, adoro “Plano de Fuga”.

Aqui, ele mostra por que era um dos atores mais casca-grossa da sua geração e continua sustentando minha teoria de que todas essas florzinhas que fazem filme de ação hoje em dia – incluindo The Rock, Vin Diesel e similares – não chegam aos pés da galera dos anos 1980. Mesmo sexagenário, Gibson continua chutando muitos traseiros.

O filme é simples e reto, 100% baseado no carisma dele. Um pouco de roteiro com uma tramoia óbvia de mafiosos, uma jornada de redenção mal contada e é só. O texto é realmente sustentado pela relação pai-flha (que rende alguns bons momentos) do que propriamente pela história; certas situações ficam sem explicação, outras são superficiais demais, mas nada disso importa.

No final das contas, quem assiste a um filme como esse, quer ver seu astro fazendo cara de durão e distribuindo tiros. E, ainda que isso não tenha de sobra aqui, as poucas cenas de ação são bem vicerais. É de se pensar se Gibson não convenceria como um “Mad Max” mais velho. A julgar pelo que apresenta aqui, com certeza.