Alexandre Callari, cinéfilo compulsivo, assiste praticamente a um filme por dia e, de vez em quando, resolve compartilhar a experiência na seção Assistidos e Reassistidos.
Jack Reacher: Sem retorno
Jack Reacher: Never Go Back
Ano: 2016
Diretor: Edward Zwick
Com: Tom Cruise, Cobie Smulders
Classificação:
O novo Jack Reacher é um filme de ação bacana, daqueles que você precisa desligar o cérebro se quiser curtir. O roteiro promove uma forçada de barra após a outra, como uma fuga de uma prisão militar que até uma criança conseguiria executar, magnatas da indústria armamentista psicopatas que contratam ex-militares mais psicopatas ainda como capangas, e saem destruindo patrimônio público, matando policiais e (pasmem) mais militares, tudo sem grandes consequências. Os personagens são maniqueístas, planos e não dão espaço para os atores os desenvolverem.
No meio de tudo, temos o lendário Jack Reacher, agora babá de uma menina chata que supostamente pode ser sua filha e (claro) vira alvo dos tais magnatas e psicopatas. Nada faz muito sentido, então, resta ao espectador curtir a boa direção de Zwick e se permitir duas horas de entretenimento.
Quando o filme terminou, tentei lembrar qual foi o último grande filme de Tom Cruise. Sim, ele tem obtido resultados consistentes de bilheteria com seus lançamentos – nada muito astronômico, mas nenhum fracasso retumbante. Contudo, me parece que a relevância dele acabou no início dos anos 2000, quando fez seus últimos filmaços de tirar o chapéu, inclusive O Último Samurai, também em parceria com Zwick. O que nos leva a outra questão. Como o cara que dirigiu filmes como Tempo de Glória, Lendas da Paixão e Coragem Sob Fogo, acaba fazendo um filme de ação genérico? Talvez seja a síndrome Kenneth Branagh? Não sei.
Em resumo, se você quer só se divertir, prepare a pipoca e vá na fé. Se quiser que mais de três neurônios façam alguma conexão, pode se decepcionar.