Alexandre Callari, cinéfilo compulsivo, assiste praticamente a um filme por dia e, de vez em quando, resolve compartilhar a experiência na seção Assistidos e Reassistidos.
JCVD
JCVD
Ano: 2008
Diretor: Mabrouk El Mechri
Com: Jean-Claude Van Damme, Hervé Sogne
Classificação:
Foi muito legal rever este filme após quase dez anos, responsável por salvar a carreira do Van Damme. Para alguém que desconhece o histórico do ator, a experiência não é a mesma. Mas quem sabe, mesmo de forma marginal, sobre o vício em cocaína, o divórcio atribulado, a luta pela custódia da filha, a falência e o mergulho em produções B para conseguir se manter vivo, o longa se torna uma experiência única. Foi uma chance do ator exorcizar todos os seus demônios, interpretando a si próprio num papel que realmente emociona.
É curioso ver como falando sua língua materna, ele se transforma num ator profundo e convincente, longe do canastrão que conhecemos (mais ou menos o mesmo efeito quando vemos Antonio Banderas atuando em espanhol).
Na trama, Van Damme se torna refém de um assalto, mas por um erro de interpretação, a polícia começa a achar que ele é o responsável. Enquanto um circo ocorre do lado de fora, com a mídia soltando o verbo, fãs protestando a favor dele e até os pais do ator sendo chamados, dentro do correio onde os reféns estão sendo mantidos, Van Damme é só um homem alquebrado, não um super-herói. Mesmo assim, precisa encontrar uma maneira de salvar o dia.
A cena da plataforma em que ele faz um monólogo é incrível, assim como outros momentos, quando ele discute o orçamento dos seus filmes e por que não consegue contracenar com atores bons ou voltar a se envolver em produções de alto nível.
É um filme excelente, que brinca o tempo todo com a quarta parede, bem dirigido e bem-humorado.