Assistidos e Reassistidos: Jesus Cristo Superstar

Alexandre Callari, cinéfilo compulsivo, assiste praticamente a um filme por dia e, de vez em quando, resolve compartilhar a experiência na seção Assistidos e Reassistidos.

Cheguei a poucos dias da Holanda onde fui assistir a uma montagem de Jesus Cristo Superstar com o Ted Neeley, hoje aos 70 anos, interpretando o papel que o consagrou. Claro que agora fui rever o filme original de 1973, que considero uma pequena obra-prima.

Na época do seu lançamento, ele concorreu ao Globo de Ouro de melhor filme e trilha sonora, e Neeley e Anderson de melhor ator. A trilha também foi indicada ao Oscar. É um trabalho quase perfeito, cujas letras de Tim Rice continuam mais atuais e pertinentes do que nunca. Ao contestar a política da época, as músicas nos levam a refletir sobre a sociedade de hoje. O contexto religioso e social também é bem forte, e a peça foi boicotada em várias ocasiões por grupos católicos e cristãos mais radicais.

Há alguma truncagem na edição do filme que poderia ser evitada e acho que a atriz que faz Maria Madalena, Yvonne Elliman, canta bem, mas fica aquém do resto do elenco. Aliás a moça que vi cantando na Holanda mandava bem mais do que ela. Mas isso são pormenores; no final das contas, o talento de Neeley e Anderson compensam com sobra qualquer falha do longa. Quando o filme foi anunciado, Neeley já tinha participado de algumas montagens da peça em Los Angeles e acabou se eternizando no papel do personagem.

Bem, não vou me alongar mais. Já deu pra perceber o quanto amo este filme – deve ter sido a oitava ou nona vez que o assisto. Se você curte musicais e rock’n’roll dos anos 1970, é provável que gostará deste clássico.