Assistidos e Reassistidos: Kong A Ilha da Caveira

Alexandre Callari, cinéfilo compulsivo, assiste praticamente a um filme por dia e, de vez em quando, resolve compartilhar a experiência na seção Assistidos e Reassistidos.

Esperava bem pouco desta nova versão, ainda mais após ver o trailer (que não curti). Mas, quando as pessoas começaram a dizer que o filme era bom, fui conferir, ainda com o pé atrás.

E não é que o longa convence mesmo? Na verdade, até o primeiro contato do grupo de soldados com o gorila, algo por volta dos primeiros trinto e cinco minutos, eu diria que o filme é perfeito. E esta cena de ação em si é maravilhosa. Depois dela, o filme perde um pouco o compasso, os personagens ficam muito maniqueístas e as situações são mal exploradas. Também achei que tudo fica um pouco repetitivo, e que a briga final do macaco com o lagarto é exagerada e longa demais. Mas, até aí, o espectador já foi fisgado, e vai desculpando os excessos numa boa.

De várias maneiras, este filme recupera o espírito do gorila original, da década de 1930, desde a postura ereta, até a questão do macaco possuir polegares opositores (como os seres humanos), algo que o personagem de John Goodman percebe e dá a dica, mas sem verbalizar. Só o espectador atento capta a mensagem. Há também uma moral naturalista e uma mensagem anti-bélica que são bacanas.

No final das contas, como entretenimento, vale a pipoca.