Banda sueca quer rever seus fãs após 18 anos longe do país
O Backyard Babies lançou seu primeiro álbum, “Diesel & Power” em 1994, mas foi com os trabalhos seguintes, “Total 13” (1998) e “Making Enemies Is Good” (2001) que os suecos alcançaram notoriedade. Os lançamentos foram se seguindo e agora, enquanto o grupo preparar o sucessor de “Four By Four” (2015), vem fazer mais uma visita aos seus fãs brasileiro. Na entrevista a seguir, batemos um papo rápido com o guitarrista Dregen que falou da ansiedade de encontrar os fãs tupiniquins, os shows com o Guns N’Roses e a relação de seu país com a música.
Vivemos em uma época sem MTV e, mesmo assim, a banda decidiu lançar dois clipes: “Th1rt3en or Nothing” e “Bloody Tears”, que estão disponíveis no YouTube. Como é a relação da banda novos veículos de mídia, como o próprio YouTube, além de serviços de streaming como Spotify, e mídias sociais?
Dregen: Acho importante divulgar nossa música através de vídeos. Para mim, bandas que têm grandes músicas e uma grande performance são as melhores, por isso ainda gosto do conceito de clipes de rock. Também acho que há milhões de bares e cafés pelo mundo que mostram vídeos do YouTube. Pena que não ganhamos os mesmos royalties de que se fossem exibidos na TV (risos). Nossa relação com as novas mídias é tão ruim quanto era com a antiga.
O Japão foi um dos primeiros países no qual o Backyard Babies se tornou grande, além da Escandinávia, e fizemos muitas turnês por lá desde 1998. São quase duas turnês por ano” – Dregen
O clipe de “Bloody Tears” mostra muitas cenas da banda no Japão. Qual a relação de vocês com os japoneses e que os levou a filmar lá?
Dregen: O Japão foi um dos primeiros países no qual o Backyard Babies se tornou grande, além da Escandinávia, e fizemos muitas turnês por lá desde 1998. São quase duas turnês por ano e sempre falamos em filmar ali, mas nunca tivemos tempo antes. Mas, na última, ficamos dois dias a mais para gravar o clipe. Amo o Japão. Posso me imaginar morando lá!
A música “Walls”, que todo mundo comentou e fecha o álbum “Four by Four” (2015), é diferente de tudo que o Backyard Babies já fez. Diria que é quase um retorno aos anos 70, pois dá para ouvir influências de Alice Copper antigo, especialmente músicas como “Ballad of Dwight Fry” e “I Love The Dead”, “I Want You (She’s So Heavy)” dos Beatles e até algo de Black Sabbath. O que pode nos contar sobre essa composição?
Dregen: Bem, para todo álbum tentamos nos forçar a fazer algo totalmente diferente, que nunca fizemos antes, para deixar a música interessante para nós, também. Como você disse, gostamos de coisas dos anos 70, como Black Sabbath, Alice Cooper, Led Zeppelin, etc, e por isso fizemos “Walls” nesse último álbum. Foi nossa “cobaia” durante toda a gravação.
Você acha que “Four By Four” é um álbum que o Backyard Babies sempre quis fazer, em termos de experimentação e evolução?
Dregen: Sim, mas é difícil falar sobre ele agora que estamos no meio da composição de um novo. Tento “apagar” minha mente para cada álbum e não olhar para trás. No entanto, amo aquele disco, como amo todos de formas diferentes.
Quais as expectativas para tocar ao lado do Guns N’ Roses nesse verão? Imagino que “Appetite for Destruction” (1987) seja uma enorme influência para vocês.
Dregen: Sim, “Appetite…” saiu logo que começamos a tocar juntos, então foi uma enorme influência. Quase o consideramos esse álbum como “nosso” (risos). Foi nosso modelo e norte. Nós já os conhecemos e fizemos turnê com o Velvet Revolver (N.T.: banda que tinha os ex-Guns N’Roses Slash na guitarra, Duff McKagan no baixo e Matt Sorum na bateria).
Não tocamos no Brasil desde 2000! Temos fãs sensacionais no país há mais de vinte anos e estou impressionado e grato de verdade que foram tão pacientes e nos esperaram” – Dregen
Desde o início do Século 21, a Suécia tem sido um celeiro para muitas bandas que possuem enorme influência dos grupos da Sunset Strip dos anos 80: Crashdiët, Hardcore Superstar, Vains of Jenna, Nasty Idols, para citar apenas alguns. O que acha dessas bandas? Digo isso, porque ouço algo dessa influência no som do Backyard Babies, apesar de terem um lado mais punk.
Dregen: São todas ótimas bandas, mas, para ser honesto com você, nunca ouvi muito a música deles. A influência da era da Sunset Strip em nossa música não é muito grande: Guns N’Roses, os dois primeiros álbuns do Faster Pussycat e do L.A. Guns e Circus Of Power. O resto da nossa sonoridade vem mais do punk e do rock’n’roll.
Ainda sobre a Suécia, mas falando de música em geral, qual a relação do país com essa forma de arte que permite que se formem tantas bandas por aí? No Brasil é um assunto sobre o qual se conversa muito, especialmente entre fãs de rock.
Dregen: Acho que os pais, escolas, etc, levam a música muito a sério na Suécia. Não é visto como uma coisa estranha se você diz na escola que quer ser músico quando crescer. Eles apoiam e te levam a sério. E também, eu acho que tem muito a ver com o fato de há muito tempo atrás, um milhão de suecos imigraram para os EUA durante a depressão no nosso país, entre os anos de 1800-1920 e depois voltaram. Eu cresci ouvindo basicamente música americana como blues e rock e o inglês é nossa segunda língua.
Para finalizar: quais suas expectativas para essa nova sequência de shows no Brasil?
Dregen: Eu sei que será especial. Não tocamos no Brasil desde 2000! Temos fãs sensacionais no país há mais de vinte anos e estou impressionado e grato de verdade que foram tão pacientes e nos esperaram para ir aí mais uma vez após todos esses anos! Isso será demais!
Serviço – Backyard Babies em São Paulo:
Abertura: The Krueggers
Data: 25 de março
Horário: 18h
Local: Manifesto Bar
Endereço: Rua Iguatemi, 36, Itaim Bibi – São Paulo (SP)
Fone: (11) 3168-9595
Aceita cartões: Visa, Mastercard e Dinners / Débito (Visa Electron, Maestro, Rede Shop)
Censura: 16 anos
Acesso a deficientes, ar condicionado, wi-fi e valet service na porta
Ingressos: a partir de R$ 150 (pista)
Vendas online através da Ticket Brasil: ticketbrasil.com.br/show/5557-backyardbabies-saopaulo-sp/
Clipe “Bloody Tears”:
Clipe “Th1rt3en or Nothing”