Bad Company: Simon Kirke lança novo disco solo

Baterista conta histórias sobre Free, Bad Company, Led Zeppelin, Ringo Starr e fala sobre seu novo disco solo, “All Because Of You”

Simon Kirke | Foto: Divulgação
Simon Kirke | Foto: Divulgação

Com 50 anos de carreira, Simon Kirke acumula em horas de rock uma experiência pessoal e profissional invejável, que a maioria mal consegue imaginar. Participou de uma época áurea para o estilo, tendo convivido diretamente com alguns dos maiores astros do rock, sendo ele mesmo uma lenda vida do período, no palco e em estúdio, escrevendo com seu talento boa parte dessa história. Seja com suas icônicas bandas Free e Bad Company, com a Ringo Starr & His All-Starr Band, ou em sua carreira solo, Simon Kirke conheceu todos os caminhos. Do amor ao ódio, do fracasso ao sucesso, experimentou todas as nuances da vida como músico de rock desde os anos 1960. Em uma entrevista fluida e detalhada, percebemos um homem maduro, sóbrio e extremamente gentil que, a despeito de sua importância musical, mostra-se tremendamente humilde não apenas com o entrevistador, mas também com aqueles que passaram por sua vida, pelos quais torna bastante explícita sua gratidão. Mais que uma entrevista, uma pequena aula sobre a cena rock dos anos 70, sobre o homem e sobre o músico Simon Frederick St George Kirke.

Simon Kirke - All Because Of You
Simon Kirke - All Because Of You

O trabalho anterior, “Filling The Void” (2011), parecia bastante introspectivo. “All Because of You” segue esta na mesma linha?
Simon Kirke: Não. Minha vida mudou muito nos últimos três anos. Eu me divorciei e tenho uma nova mulher em minha vida, Maria. Muitas músicas foram compostas pensando nela. Ela é minha musa, sabe? É muito mais não-convencional que ‘Filling The Void’, que lidava com problemas pessoais, vícios e por aí vai. Então não, é completamente diferente daquilo.

A faixa “Message From The Lost” tem a ver com o 11 de setembro e sua participação nisso, ajudando a Cruz Vermelha. O que esse período na história significa para você, um britânico de nascimento vivendo nos EUA. Por que se sentiu compelido a ajudar?
Kirke: Meu pai fazia parte de uma pequena organização na Inglaterra chamada Samaritans. Era basicamente uma linha de ajuda, para a qual as pessoas ligavam caso se sentissem deprimidas, com tendências suicidas ou qualquer outra coisa. Nela, ele atendeu telefonemas por quase 20 anos. E acho que herdei isso dele. Eu morava em Nova Iorque durante os ataques. Vi com os meus próprios olhos e, morando a pouco mais de um quilômetro do World Trade Center, estive diretamente envolvido com as consequências. Eu ouvi que o pessoal da Cruz Vermelha estava vindo do mundo inteiro para o QG no Brooklyn. Eles estavam desesperados por motoristas que conhecessem a cidade. Eu me ofereci e me tornei motorista. Foi algo muito emotivo e que me senti obrigado a fazer, e fiz por seis semanas. Uma vez eu estava entregando suprimentos quando todas as sirenes foram desligadas e todos ficaram muito quietos. Foi quando vi homens tirando seus chapéus e segurando contra o peito.  Então, pude ver os primeiros parentes descendo a rampa carregando flores, ursinhos e fotografias… Eu nunca, jamais esquecerei esse momento, porque homens feitos estavam abertamente chorando. Essa música foi escrita por necessidade.

“All Because of You” traz uma versão interessante, com ukelele, para a clássica “Feel Like Making Love”, do Bad Company. Como surgiu a ideia?
Kirke: Ela surgiu por acidente, na verdade, porque minha filha, Lola, vem tocando ukelele há alguns anos. Ela ama o instrumento, então eu comprei um. Um dia eu estava em meu apartamento e comecei a tocar e cantar um verso. Maria ouviu e disse: ‘Ei, isso é legal! Você deveria gravar.’ Eu pensei: ‘Opa, espera… ela é um pouco mais jovem do que eu, não deve conhecer a versão original, como outras pessoas conhecem.’ Então falei: ‘Olha, eu só estava brincando, seria estranho fazer uma versão reggae de uma música tão icônica’. Ela disse: ‘Isso é bobagem, você deveria tocar. Realmente soa maravilhoso!’ Mandei o MP3 para a banda The Empty Pockets, que me acompanhou nesse álbum. Bem, eles são jovens e amaram. Foi a primeira música que gravamos, mandamos para a BMG e todos eles adoraram. Obviamente, tive que ligar para Mick e Paul – Mick Ralphs e Paul Rodgers, que são os compositores originais da música – e eles também gostaram. Deram a autorização e então foi para o álbum.

Bad Company: Boz Burrell, Paul Rodgers, Mick Ralphs e Simon Kirke | Foto: Reprodução
Bad Company: Boz Burrell, Paul Rodgers, Mick Ralphs e Simon Kirke | Foto: Divulgação

Por falar em Mick (Ralphs), como ele está atualmente?
Kirke: Até onde eu sei, ele tem paralisia no lado esquerdo, por causa do AVC, que aconteceu três dias após o último show, na Inglaterra. Estamos todos muito, muito tristes. E eu, particularmente, pois ele tem sido um grande amigo meu, por muitos anos – desde os tempos do Free – e eu estou rezando que ele possa se recuperar.

Sim, acho que estamos todos rezando por isso. Não querendo minimizar, mas quero voltar ao seu álbum. Você vai cair na estrada e fazer uma turnê para promovê-lo?
Kirke: Certamente vamos fazer a turnê. Obviamente, o Bad Company é o meu amor número 1 e nós vamos fazer… Jesus, 44 anos! Normalmente nós não fazemos turnê até o final da primavera e verão, o que me deixa parado em fevereiro, março e abril, para começar a divulgar esse novo álbum. E eu quero fazer o meu melhor. Estou com essa banda maravilhosa, The Empty Pockets, e isso me dá chance de sair de trás da bateria. Temos um baterista muito bom, o que me permite tocar guitarra ou piano, e estou realmente querendo ir para a estrada.

Você pretende fazer mais discos solo?
Kirke: Sim, eu já estou compondo músicas para o próximo álbum, dependendo do quão bem sucedido for esse, vamos ver. Eu toco guitarra há tanto tempo quanto toco bateria, ou seja, cerca de 53 anos – estou com 67 – e eu sou compositor. Posso não ser muito prolífico, mas tenho composto por mais de 40 anos e tive chance de escrever com grandes compositores. Dependendo do meu humor, escrevo músicas sobre amor, sobre tentar se manter sóbrio, sobre redenção, sobre todos os tipos de coisas. Até sobre pequenos animais peludos que vivem na floresta, que eu escrevi para os meus filhos muitos anos atrás – e agora meus netos gostam dessa música, a ‘Friends In The Wood’. Eu componho músicas quando elas me atingem.

Vamos voltar um pouco na história do Bad Company. O último álbum com a formação original foi “Rough Diamonds” (1982). Você consegue se ver, em algum momento, fazendo um novo disco de estúdio com Paul Rodgers?
Kirke: Vamos colocar dessa forma, Mitch: eu adoraria. Paul tem uma nova canção que estamos divulgando na Inglaterra e nos EUA. É um dos destaques do set. Nós ainda tocamos bem juntos, ainda estamos em boa forma, temos uma banda muito boa – Mick está de lado no momento – e eu acho que as chances de fazermos outro álbum de estúdio são muito, muito favoráveis.

Anteriormente, Paul Rodgers declarou que por causa da morte de Boz Burrell, ele não conseguia se ver fazendo outro álbum. Como você encarou a morte de Boz e o quanto isso complica as coisas, agora que ele não está mais por aqui?
Kirke: Obviamente eu fiquei muito triste com a morte de Boz. Agora já são quase 11 anos desde que ele se foi, e, infelizmente, nos últimos 10 anos eu perdi uma dúzia de bons amigos devido aos vícios. Boz ainda bebia, ainda fumava, e isso contribuiu para a sua morte prematura. Musicalmente, eu não sentia que isso seria o fim da banda. Por alguma razão que pertence somente aos deuses, essa banda se recusa a desistir e morrer. Nós já tivemos diferentes formações, algumas boas, algumas ruins, mas o verdadeiro núcleo da banda são Paul Rodgers, eu e Mick Ralphs. Boz não está mais conosco, Mick está parado e isso deixa Paul, eu, Howard Leese na guitarra e Todd Ronning no baixo. Nós tocamos com Rich Robinson, do Black Crowes, na perna americana da turnê de verão e foi incrível. Enquanto Paul estiver cantando e eu estiver tocando bateria, ainda é uma banda bastante reconhecível. O espírito da banda está muito vivo, muito bem e é produtivo. Eu nem sequer penso na banda terminar e rezo para que haja outro álbum.

Quando você ouve o nome Peter Grant, seu manager no começo, a primeira coisa que vem à mente é Led Zeppelin e ele é parte do folclore da banda. Sentiam que ele estava mais envolvido com o Led Zeppelin e que vocês eram menos importantes? O que ele proporcionou ao Bad Company?
Kirke: Se você olhar para a história do Led Zeppelin no início, na verdade era uma banda dele junto com Jimmy Page. Peter cuidava do Yardbirds e Jimmy era seu guitarrista. Eles formularam a ideia da banda e Jimmy não conhecia Robert (Plant) ou Bonzo (John Bonham). Não tenho muita certeza sobre como eles chegaram, mas Terry Reid estava lá para isso. John Paul Jones e Jimmy eram amigos, pois eles eram músicos de estúdio da cena musical de Londres, em meados dos anos 60, mas Bonzo e Robert eram garotos nas ‘Midlands’ (‘terras do centro’) da Inglaterra. Então, o Zeppelin, inicialmente, era a banda de Peter Grant e Jimmy. Nós embarcamos nisso no final de uma noite de 1973, quando Peter foi nos ver. Nós estávamos tocando em uma vila, fora de Londres. A Swan Song, gravadora do Led Zeppelin, havia acabado de ser criada e nós fomos os primeiros depois deles a fazer parte do selo. Peter Grant nos proporcionou segurança, sabedoria, conhecimento e, basicamente, essa combinação foi perfeita para nós, porque a Bad Company foi criada com membros de três bandas bem conhecidas na Inglaterra e EUA: Free, Mott the Hoople e King Crimson. Foi um casamento perfeito, realmente. Led Zeppelin sempre foi seu ‘bebê’ e ele nunca escondeu isso de nós, mas eles eram seus garotos. Nunca fomos menos importantes. Ele nos guiou muito bem e foi, sem dúvida, o melhor manager que eu já tive. Claro que ele também tinha seu demônios pessoais, mas fez um trabalho incrível.

A morte de John Bonham, em 1980, trouxe tempos difíceis e ele meio que desistiu. “Rough Diamonds” parece ter sido o ponto de parada para a banda.
Kirke: Sim, foi. Foi em 1982, apesar de termos gravado em 1981, durante as consequências da morte de Bonzo, a separação do Zeppelin e ainda houve o Lennon, que foi assassinado em 1980. A ressaca de tudo isso nos atingiu em 1981 e nós estávamos bem ferrados. Digo, eu estava, não acho justo falar pelos outros rapazes, pois eu estava lidando com meus vícios.

Quando houve a entrada do vocalista Brian Howe, isto foi algo que a banda decidiu, foi uma decisão dos agentes ou a gravadora virou e disse algo como “arrumem um cara e sigam a vida como Bad Company”?
Kirke: Essa época não foi boa para a banda. Paul (Rodgers) partiu para carreira solo e foi um tempo em que eu, Mick Ralphs e Boz ficamos à deriva. Eu conhecia Mick Jones, do Foreigner, e ele estava preparando Brian (Howe) para o lugar de Lou Gramm. Acabou não acontecendo e Mick disse que ele conhecia esse ‘cantor muito apaixonado e que deveríamos dar uma chance a ele’. Realmente não funcionou e esse é um período da banda do qual eu me arrependo.

Bad Company: união de músicos vindos do Free, Mott The Hoople e King Crimson | Foto: Divulgação
Bad Company: união de músicos vindos do Free, Mott The Hoople e King Crimson | Foto: Divulgação

Vamos falar de Paul Rodgers. Vocês tocam juntos desde 1968, inicialmente com o Free. Em um nível pessoal, o que Paul significa para você?
Kirke: A primeira palavra que me vem é honestidade. Ele é um cara muito honesto, ele fala com sinceridade, é um cavalheiro muito direto – e é um grande vocalista. Eu toco com ele há 50 anos, e em todas as apresentações que fizemos no Free e no Bad Company, de algum jeito, durante aquelas noites, ele cantava algo que me deixava arrepiado. Ele tem feito isso por 50 anos, é o vocalista mais talentoso que conheço. Nós temos um respeito mútuo, mas ele vive a vida dele, e eu, a minha. Eu sou muito agradecido por ter tido a oportunidade de tocar com ele ao longo dos anos, porque nós temos uma combinação musical muito boa, mas não apenas por isso: ele é um cara muito honesto e eu o respeito imensamente.

Quando ele se juntou ao Queen em 2004/2005, você ficou surpreso?
Kirke: Quando eu ouvi que ele estava se juntando ao Queen, achei que fosse boato. Não fiquei chocado, mas me parecia uma divisão da performance operística e da teatralidade de Freddie Mercury, em relação a Paul, fundamentalmente um cantor de blues. Os estilos não poderiam ser mais diferentes. Pense só: você tem Brian May, um dos guitarristas mais subestimados, mas que é um guitarrista fantástico e é muito bluesy; Roger na bateria e Deacon no baixo. Eles são uma excelente banda! Se você tirar as harmonias e vocais operísticos de Freddie, eles são uma banda de blues. Eu fui ver Paul com o Queen no Nassau Coliseum, em Nova Iorque, naquela época. Eles foram realmente muito bem. Eu fiquei satisfeito pelo Paul, muito satisfeito, pois ele estava tocando para um público que ele merecia, com muitas, muitas milhares de pessoas. Acho que eles tocaram na Sérvia também para 350 mil pessoas. Eu estava muito feliz por ele e tenho que dizer que vê-lo tocando no Nassau Coliseum me deixou saudoso, nostálgico, fiquei com muita vontade de voltar ao palco e tocar com ele novamente, pois ele me melhora, me aprimora como baterista.

Vamos falar sobre aumentar sua habilidade como baterista. No meio dos anos 90, você estava com Ringo Starr e seu projeto Ringo Starr & His All-Starr Band. Bom, ele é Ringo Starr, dos Beatles, como você encarou isso? O que aprendeu com ele em termos do instrumento?
Kirke: Você na verdade está tocando com outro baterista. Então, com dois bateristas tocando, precisa ser muito cauteloso, prestar atenção no que o outro está tocando. Tivemos sorte no sentido de que nossos estilos são semelhantes, visto que Ringo foi uma grande influência para mim. Primeiramente eu estava muito nervoso, porque Ringo era esse outro cara, ele tem esse ‘backbeat’ maravilhoso, mas ele é canhoto, então, quando eu sentava perto dele no meu kit (de bateria) nós combinamos que intercalaríamos com pausa: ele faria a primeira parte, eu a segunda e assim tentaríamos manter isso em sincronia o máximo possível. Foi um desafio. Nos dois primeiros shows eu cometi alguns erros, pois estava um pouco nervoso e não queria estragar tudo, obviamente, mas após umas poucas apresentações, nós funcionamos muito bem juntos. As turnês que fiz com Ringo significaram muito para mim, não apenas por ter tocado com um baterista maravilhoso, mas porque pude tocar com vários músicos incríveis: Jack Bruce, Peter Frampton e muitos outros. Foi demais.

“All Right Now” é uma música que tenho ouvido a minha vida inteira, seja no rádio, TV, ao vivo, mas ainda assim o Free durou apenas quatro anos. Naturalmente, você e Paul foram adiante com o Bad Company, mas por que não puderam continuar? Quando Andy Fraser e Paul estavam se desentendendo, por que não era concebível simplesmente arrumar outro baixista e seguir com o Free?
Kirke: Boa pergunta. Vamos voltar um pouco. Frisando tudo, naquela época havia o fato de que nós éramos muito jovens, éramos uma banda jovem. Quando ‘All Right Now’ estourou, em 1970, eu tinha 21, Paul Rodgers tinha 21, Paul Kossof era dois anos mais jovem, tinha 19 e Andy Fraser tinha 17. Éramos muito jovens e imaturos. Tivemos maturidade tocando através dos anos, mas pessoalmente, não éramos desenvolvidos. Quando essa música fez sucesso, repentinamente nos tornamos uma banda enorme. Em vez de tocar em cidades diferentes todas as noites, passamos a tocar em países diferentes todas noites. Alemanha, Holanda, Bélgica, Suécia, etc, e honestamente, o ano em que ‘All Right Now’ se tornou um hit, foi muito exaustivo para nós. Nós estávamos nesse tipo de carrossel álbum-turnê, álbum-turnê, álbum-turnê. A gravadora, por causa de nossa juventude, achou que nós poderíamos nos tornar essa máquina de fazer música, então continuaram agendando shows. Voltávamos de uma turnê de 400 milhas viajando na estrada e no dia seguinte estávamos em estúdio, gravando algumas músicas para o álbum seguinte. Então saíamos para fazer alguns shows e depois voltávamos para o estúdio. O que realmente pegou, é que tínhamos que surgir com uma ‘continuação’ ao sucesso de ‘All Right Now’. Os álbuns seguintes não se saíram tão bem. Isso nos desestimulou, então Paul Rodgers e Andy Fraser decidiram encerrar a banda.

Simon Kirke atualmente promove "All Because Of You", seu terceiro disco solo | Foto: Divulgação
Simon Kirke atualmente promove "All Because Of You", seu terceiro disco solo | Foto: Divulgação

Além disso, naquela época, diferentemente de hoje, onde há bandas com um ou dois membros originais, as pessoas achavam que se um único integrante fosse substituído, a banda mudaria de nome….
Kirke: Exatamente, excelente ponto! E eu não tinha uma resposta para isso, a não ser dizer que éramos muitos idealistas e que a ideia de substituirmos um membro… Bem, na verdade isso aconteceu com o Free no Japão, um pouco mais adiante, em 1973. Paul Kossoff estava muito mal por causa das drogas, tínhamos dois shows no Japão e então Paul Rodgers tocou guitarra. Nunca senti tanto orgulho dele como quando ele falou: ‘Quer saber? Eu vou tocar guitarra.’ Ele é um bom guitarrista e nós tocamos em dois estádios lotados em Tóquio e Osaka, e Paul foi incrível. Depois aconteceu novamente, numa turnê norte-americana, quando Kossoff voltou, ainda não estava bem e ficou muito mal antes de tocar uma única nota, então usamos outro guitarrista. Mas na época isso era exceção, não regra.

Pois é, agora é regra. Já que citou Paul, vamos falar rapidamente sobre o álbum “Kossoff, Kirke, Tetsu and Rabbit” (1972). Foi um bom álbum, mas havia algum elemento ausente…
Kirke: Sim, nós não tínhamos um bom vocalista, esse era o elemento ausente. Tínhamos um baterista decente, Rabbit Bundrick no teclado, que era impressionante; Kossoff estava lutando com o vício, mas era um excelente guitarrista, boa parte do que ele tocava era maravilhoso; e tínhamos Tetsuo Yamuchi, que era sólido, mas nenhum de nós cantava muito bem. Eu tentei, Rabbit tentou, fizemos harmonias, mas nós não tínhamos um bom vocalista. Não fomos para a estrada com ele, mas ainda assim ele se tornou um álbum cult, qualquer um que o tenha, tem orgulho disso.

A última turnê foi a “Swan Song UK Tour”. Swan Song geralmente significa que é o fim. Isso quer dizer que agora terminaram ou…
Kirke: Honestamente? Eu realmente não sei, não participei do slogan da turnê. E assim que o vi, pensei ‘será que há algo que não estou sabendo?’. Hmmm… mas não, creio que faremos outras turnês. É apenas uma alusão ao selo Swan Song e certamente não será nossa última turnê.

Transcrito e traduzido por Mauricio Cozer

Simon Kirke - Feel Like Making Love (All Because Of You)

Para ler:

Últimas notícias

Leia também

Comentários

comentários