Como seria o meu local de trabalho dos sonhos? Ele teria um sentimento caloroso, com paredes de madeira dos lados de dentro e de fora e grandes janelas nas quais a minha mente poderia vagar livremente. Seria bastante isolado da loucura das cidades, onde eu poderia cantar com todos os pulmões, e da minha própria loucura, sem incomodar os outros; e assim compor e escrever, dentro de uma bolha de paz
Num pequeno espado em Espoo, noroeste de Helsinque, se encontra uma construção surpreendente, meio casa e meio castelo, chamada Tarvaspää. Muito humilde para chamar a atenção de um “novo rico” e muito estranha para os gostos dos conservadores e ricos, esta costumava ser a casa de um artista.
Akseli Gallen-Kallela nasceu em Pori, em 1865, e morreu de pneumonia em Estocolmo, Suécia, em 1931. No espaço de seus 66 anos de vida, Akseli foi capaz de unir dois inimigos históricos: os mundos do exército e das artes.
O fez de forma simples e pragmática, sem trair sua alma artística.
Olho para as vestimentas e medalhas que ele projetou para o exército finlandês. Olho para as pinturas, afrescos, vitrais e peças de mobília.
Tudo funcionou em círculos,
homens do exército,
homens das artes,
diretores de museu,
líderes da cidade,
cidadãos;
a terra finlandesa.
Eles alimentaram o artista
e ele os deu roupas,
decorações
um espaço visual comum
dentro do qual eles poderiam se unir.
E eu aqui pensando. Quando derrubarmos as barreiras do preconceito e todos puderem ser aquilo que nasceram para ser, livremente, todos poderemos contribuir na construção de uma entidade.
Subo as escadas que levam o primeiro e segundo andares, para dentro da torre e vejo a luz entrando para todos os lados, em cada janela.
Construa uma torre, construa um sonho, e deixe que os outros te ajudem.
Será que Akseli se sentiu mais perto dos deuses enquanto pintava no alto da sua torre?
“Como eu sonhei o meu próprio estúdio, grande, espaçoso e bem iluminado, onde pensamentos e idéias pudessem vir de sua própria vontade, sem as dores do trabalho” – Akseli Gallen-Kallela