Segundo o guitarrista, estava tudo certo, mas a voz de Glenn Hughes não estava nos planos
Ritchie Blackmore confirmou à Billboard que convidou Glenn Hughes para fazer parte da nova formação Rainbow, antes do retorno da banda há dois anos.
“Através de um amigo em comum, surgiu uma conversa dizendo que seria bom tê-lo na banda”, lembrou Ritchie. “Eu disse: ‘Ele estaria disposto a ser apenas o baixista e teríamos outro cantor?’ Meu amigo disse: ‘Claro! Falei com ele e está afim’. E respondi: ‘Tudo bem, desde que ele saiba que não será o cantor, isso é ótimo.’ Avançando, agora, para a véspera dos ensaios, nós contatamos Glenn para ver quando estaria conosco, mas não estava ciente de que não seria o vocalista. Então eu entendi a situação e disse a ele que teria que conseguir outra pessoa, e que estava tudo bem. Nós terminamos amigavelmente antes mesmo de começar.”
Glenn Hughes revelou ao Hardrock Haven em 2016 que Blackmore originalmente pediu a ele para ser parte do retorno do Rainbow, mas ele recusou. “Eu disse não porque [Ritchie] queria, engraçado o suficiente, usar um cantor desconhecido. E eu disse: ‘Não sou eu. Não sou eu a fazer isso'”, ele explicou. “Eu disse muito eloqüentemente: ‘Não, obrigado. Eu realmente gostaria de ver você, mas não posso fazer isso no ponto em que estou neste momento’.”
Já no ano passado, em uma entrevista ao Metal Express Radio, Hughes comentou sobre a decisão da Blackmore de trazer de volta o Rainbow pela primeira vez em 20 anos, apresentando uma nova formação que incluía o vocalista chileno, Ronnie Romero: “Eu não tinha tanta certeza [que aconteceria]. Fico feliz que tenha voltado, para o seu próprio bem e, obviamente, ele queria fazer algum rock elétrico de novo depois de tanto tempo. Faz 20 anos. Foi dele a escolha de quem tocaria com ele. Eu desejei tudo de bom e não tenho nada além de total respeito, e ele sabe disso. Espero que continue na estrada em que está, já que seus fãs querem mais shows elétricos dele.”
E acrescentou: “Tudo o que eu quero para Ritchie é a felicidade. Embora eu não o veja com muita frequência, ainda tenho boas lembranças dele e está tudo bem entre nós.”
Perguntado se ele já havia ouvido alguma gravação de Romero cantando músicas clássicas do Rainbow, que foram originalmente gravadas na voz do amigo Ronnie James Dio, Glenn Hughes disse: “Sim. As músicas de Ronnie [James Dio] precisam de um tipo especial de cantor e acho que o rapaz fez um trabalho razoavelmente bom. Creio que Ritchie pode muito bem ter encontrado o cara certo. Ele certamente se encaixou bem no Rainbow.”
Lenda viva do rock, Glenn Hughes, vocalista e baixista, além de uma extensa carreira solo, fez parte do Trapeze, Black Sabbath e das formações Mark III e Mark IV do Deep Purple. Com isso, foi colega de banda de Blackmore na III, entre os anos de 1973 e 1975, época em que a voz principal na banda era a de David Coverdale, enquanto Hughes tinha o baixo como foco, apesar de linhas marcantes ao microfone. Juntos, lançaram os lendários álbuns “Burn” (1974) e “Stormbringer” (1974).
Ainda em 1975, Blackmore deixou o Deep Purple e foi substituído por Tommy Bolin, que se juntou a Coverdale, Hughes, Jon Lord (teclado) e Ian Paice (bateria) para o reverenciado “Come Taste the Band” (1975).
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