Super-heróis, mutantes, psicodelia, rock and roll, ótimos atores e uma trama inteligente e ousada
Série: Legion
Canal: FX
Criador: Noah Hawley
Ano de lançamento: 2017
Classificação:
Legion é uma série focada num mutante lado C dos quadrinhos, que é filho do professor Xavier. O personagem, um mutante que tem múltiplas personalidades e que cada uma manifesta um poder diferente, não tem muitas histórias memoráveis e é bem complexo.
É claro que eu esperava uma série do Wolverine ou dos próprios X-Men, mas isso não vai acontecer tão cedo, uma vez que a Fox optou por explorar esses personagens mais famosos no cinema.
Ainda assim, Legion é uma surpresa das boas, com uma linguagem bem ousada. Comparada às séries da Marvel no Netflix, que preferem seguir mais pés nos chão como os filmes do Batman do Nolan, essa escolheu seguir um caminho mais próximo do que eu estou acostumado a ler nas HQs de super-heróis, com senso de humor, cores e personagens muito divertidos. É tão desprendida que muitas sequências parecem videoclipes.
O visual da série é atemporal, pois, ao mesmo tempo em que é retrô, parecendo se passar nas décadas de 60/70, você vê uso de tecnologia atual como tablets e smartphones. No entanto, quando o diretor resolve colocar computadores em cena, usa aqueles iMacs redondos com as telas móveis que lembram a luminária da Pixar. São computadores da década de 2000 que se encaixam bem no visual retrô. Os “X”s estão por toda parte, seja no logo da série ou nas janelas, e eles trazem aquela sensação gostosa de que estamos dentro do universo dos X-Men, onde podemos pronunciar a palavra MUTANTES sem medo de sermos felizes. Nada de Inumanos por aqui…
Na trama, David Haller, o Legião interpretado por Dan Stevens, sofre de esquizofrenia e é retirado de um sanatório por um grupo de mutantes liderado por Melaine Birds, interpretada por Jean Smart, que faz o papel do professor Xavier aqui, ajudando-o a controlar seus poderes e a descobrir as verdades sobre as vozes em sua cabeça. Logo ele se apaixona pela mutante Sydney Barrett, interpretado pela atriz Rachel Keller, que tem o poder de trocar de corpo com as pessoas que a tocam, o que causa a mesma problemática da mutante Vampira dos X-men. O nome da personagem é uma alusão direta a um dos fundadores da banda Pink Floyd, o saudoso Roger Keith Barrett, mais conhecido como Syd Barrett – quem conhece a história, sabe que ele enlouqueceu por uso de LSD, mas isso fica para uma próxima… O que importa aqui é que a série segue psicodélica com trilhas como “Happy Jack” do The Who, “Feeling Good” de Nina Simone, culminando na inevitável “Breathe (in the air)”, faixa do clássico “The Dark Side of the Moon” (1973) do Pink Floyd.
Super-heróis, MUTANTES, psicodelia, rock and roll, ótimos atores e uma trama inteligente e ousada. Definitivamente, uma série que vale apertar o START pra continuar!