Livro escrito por David E. Gehlke traz a história da Noise Records, uma das mais representativas gravadoras do metal europeu
Acabou de ser publicado pela Deliberation Press e Iron Pages Books o livro “Damn The Machine – The Story Of Noise Records”, que aborda a complicada história da lendária gravadora alemã Noise Records, uma das mais influentes para o metal europeu desde os anos 80.
Criada por Karl-Ulrich Walterbach, ela foi responsável por assinar e desenvolver bandas como Hellhammer, Celtic Frost, Coroner, Gamma Ray, Grave Digger, Helloween, Kamelot, Kreator, Rage, Running Wild, Skyclad e muitas outras, moldando passos importantíssimos que até hoje refletem na cena.
“Damn The Machine” foi escrito pelo jornalista norte-americano David E. Gehlke e tem como participações especialíssimas Michel “Away” Langevin, baterista do Voivod, que fez a arte da capa, e Hansi Kürsch, vocalista do Blind Guardian, responsável pelo prefácio. São mais de 500 páginas, cuja diagramação interna ficou por conta da EasyRabbit CreArtions, a mesma empresa que cuidou do livro “Hellbook”, sobre o Helloween, em 2015.
A publicação leva o leitor desde os primeiros momentos da Noise Records, quando a gravadora se estabilizava em paralelo ao desenvolvimento de fatos marcantes, como a evolução do Celtic Frost, um dos progenitores do black e death metal, a formatação do power metal com o Helloween, e o início do thrash metal potente do Kreator. O livro registra os sucessos e falhas de Walterbach numa empresa cuja sede estava a 15 minutos do muro de Berlim. E tudo é recheado por comentários de Walterbach sobre a banda e indústria musical durante todo o período que capitaneou a Noise Records, até 2001.
O conteúdo, com mais de 75 entrevistas exclusivas com as principais bandas da gravadora, o manager e personalidades da indústria musical, além de incontáveis fotos inéditas, narra episódios preciosos da história do metal. Bons exemplos são a acensão e anos dourados do Helloween ao lado da Noise até a saída de Kai Hansen e a mudança para a EMI; a forma como a conexão com os personagens de piratas rendeu frutos para o Running Wild; o trabalho duro de Mille Petrozzza, que levou o Kreator da área mineradora de Essen até o coração do thrash metal alemão; a quase destruição do Grave Digger, quando a banda resolveu mudar o nome para Digger e lançou o controverso álbum “Stronger Than Ever”, de 1986; a forma como Peter “Peavy” Wagner relembra que o Rage nunca foi uma prioridade para a gravadora, mesmo com resultados sólidos entre os críticos e fãs. E vai além.
Um desses tantos episódios serve como uma prévia para o leitor e está disponível (em inglês) no site Noisey. Trata-se de um trecho de um capítulo do livro juntamente com uma entrevista com o autor David E. Gehlke. O episódio disponível relata o constante atrito entre Walterbach e os suíços do Celtic Frost, mesmo com a banda sendo o primeiro grande carro-chefe da Noise Records. A relação se deteriorou durante a criação e produção do lendário “Into The Pandemonium”, de 1987, culminando num dos álbuns mais controversos da história do metal, “Cold Lake”, lançado no ano seguinte.
“Damn The Machine – The Story Of Noise Records” já pode ser encontrado no Brasil (em inglês) pela Amazon.