Moonspell em São Paulo: poesia teatral dos portugueses conquista a cidade

Clique na seta acima para ver em tela cheia

Ícones do metal português realizaram um show excepcional no Carioca Club

Fotos: Keila Marques

Moonspell
26/04/2018, Carioca Club, São Paulo/SP

Em turnê que promove “1775”, 12º álbum da carreira, a apresentação do Moonspell em São Paulo deu-se em uma quinta-feira, 26 de abril. Esperava-se mais público, mas mesmo com o Carioca Club tendo cerca de 40% de sua capacidade, os que comparecerem viram um espetáculo sensacional, tanto no aspecto visual como na música em si.

Fernando Ribeiro está em grande forma vocal, e transbordou inspiração e energia em todo o repertório, junto com seus companheiros Ricardo Amorim (guitarra), Aires Pereira (baixo), Mike Gaspar (bateria) e Pedro Paixão (teclados). Abrindo mão das convencionais introduções instrumentais, que a maioria das bandas de metal usa, o Moonspell abriu o set em grande estilo com ‘Em Nome do Medo’, de “1175”, trabalho cantado em português que fala sobre o terremoto de Lisboa em 1775, que foi seguido de um Tsunami e fez milhares de vítimas.

Fernando Ribeiro | Foto: Keila Marques
Fernando Ribeiro | Foto: Keila Marques

O vocalista entrou caracterizado com uma lamparina na mão, representando com maestria. Isto soma muito na qualidade do espetáculo e os portugueses sabem bem como utilizar estes recursos visuais. Em seguida, os portugueses continuaram com ‘1755’, na qual Ribeiro apareceu com uma máscara de médico da época da Peste Negra, visual que mais uma vez impressionou e nos levou a uma experiência diferente.

Já ‘In Tremor Dei’ levantou o público e mostrou que funciona muito bem ao vivo. Na sequência veio ‘Desastre’, muito bem executada pela banda, com destaque para a presença de palco do baixista Aires Pereira, um monstro no palco.

‘Night Eternal’, do álbum homônimo lançado há dez anos, quebrou a sequência de músicas de “1775”, mas também foi bem recebida pelo público. As excelentes ‘Opium’ e ‘Awake!’, ambas de “Irreligious” (1996), foram um prato cheio para os fãs mais antigos. Voltando para o álbum “1775”, ‘Ruínas” mostrou-se uma música forte ao vivo, trazendo um riff de guitarra cativante.

Ricardo Amorim | Foto: Keila Marques
Ricardo Amorim | Foto: Keila Marques

‘Breathe (Until We Are No More)’ e ‘Extinct’, ambas de “Extinct” (2015), foram alguns dos pontos fortes da noite e tiveram grande impacto no público, com destaque para os teclados bem executados por Pedro Paixão. ‘Evento’, outra de “1775”, veio com um grande riff de introdução, enquanto ‘Todos os Santos”, do mesmo álbum, deu continuidade em um show onde todos os presentes estavam em estado de êxtase.

As faixas em português têm muito peso ao vivo, a resposta do público foi enérgica e a banda estava bem entrosada. O fator das letras em português gera uma identificação imediata do público brasileiro. Depois, Fernando Ribeiro brincou com uma cruz com feixes laser, o que deu um clima interessante.

Em ‘Vampiria’, de “Wolfheart” (1995), Fernando Ribeiro apareceu vestindo uma capa “vampiresca” e, em seguida, se deu o ponto mais alto do set, quando entraram com a fantástica ‘Alma Mater’, também do daquele álbum, que marcou a estreia do Moonspell. Nesta, Ribeiro cantou no meio do público, na pista!

Depois apresentaram o cover dos Paralamas do Sucesso para ‘Lanterna dos Afogados’, também de “1775”. Como é uma música que todos “curiosamente” sabiam a letra, a banda acabou ovacionada e deixou o palco em seguida.

Aires Pereira | Foto: Keila Marques
Aires Pereira | Foto: Keila Marques

O bis começou com ‘Everything Invaded’, de “The Antidote” (2003), executada com perfeição. A aclamada ‘Scorpion Flower’, de “Night Eternal”, foi bem recebida, mas ao invés de utilizarem playbacks de voz feminina, poderiam ter convidado alguma vocalista para uma participação especial ou até tocado sem a voz pré-gravada.

‘Ataegina’, de “Wolfheart”, veio com um clima folclórico e festivo, mas, segundo Fernando Ribeiro, é “a pior letra que já escreveu”. Ainda assim, agitou o público, que vibrou até o final desta noite inesquecível com ‘Full Moon Madness’, de “Irreligious”.

Trata-se de um espetáculo que merece ter um DVD, pois o álbum “1775” mostrou que funciona muito bem ao vivo. A banda tocou quase sua totalidade, algo muito raro ultimamente mesmo em turnê de promoção de um álbum novo. O Moonspell apresentou 8 faixas de 10 de “1775”.

Show imperdível, mesmo ignorando o álbum “Sin/Pecado”, lançado há 20 anos e que marcou a primeira passagem pelo Brasil.

1. Em nome do medo
2. 1755
3. In Tremor Dei
4. Desastre
5. Night Eternal
6. Opium
7. Awake!
8. Ruínas
9. Breathe (Until We Are No More)
10. Extinct
11. Evento
12. Todos Os Santos
13. Vampiria
14. Alma Mater
15. Lanterna dos Afogados (Os Paralamas do Sucesso)
16. Everything Invaded
17. Scorpion Flower
18. Ataegina
19. Full Moon Madness

Fernando Ribeiro | Foto: Keila Marques
Fernando Ribeiro | Foto: Keila Marques
Banner Burn Artworks

Últimas notícias

[td_block_social_counter custom_title=”SIGA O ROCKARAMA” facebook=”rockaramarocks” twitter=”rockaramarocks” instagram=”rockaramarocks” open_in_new_window=”y” header_color=”#b51c2a” facebook_app_id=”184492152022640″ facebook_security_key=”cbb02711a74c79041165a05436b82199″ facebook_access_token=”184492152022640|MpsLSXM8JDPDVg6vKwy8BjG02AU”]

Leia também

Comentários

comentários