O mundo perde o primeiro-ministro do rock’n’roll
Após responder a um chamado de emergência médica, a polícia de St. Charles (EUA) chegou à rua Buckner por volta das 12h40 deste sábado (18). Lá, os policiais encontraram um homem inconsciente e tentaram salvá-lo. Não foi possível. O homem de 90 anos de idade foi dado como morto às 13h26. Era Chuck Berry, o chamado “primeiro-ministro do rock’n’roll”.
Sessenta anos após o debut “After School Session”, o cantor e guitarrista que nasceu para quebrar regras e tinha uma postura cênica que originou a ‘dança do pato’ (duck walk), estava prestes a soltar um novo trabalho de estúdio, “Chuck”, que seria o primeiro a contar com material inédito desde “Rock It” (1979). Dedicado por Berry à sua esposa, Themetta Berry, o disco foi gravado em diversos estúdios em St. Louis. Ao lado de Berry nas gravações estiveram seus filhos, Charles Berry Jr. (guitarra) e Ingrid Berry (gaita), além da ‘The Blueberry Hill Band’, com Jimmy Marsala (baixo), Robert Lohr (piano) e Keith Robinson (bateria).
Nascido em 18 de outubro de 1926, em St. Louis, Missouri (EUA), o artista que codificou o som, o ritmo e a linguagem do rock’n’roll, foi apresentado a Leonard Chess, da Chess Records, através de Muddy Waters, lenda do blues, gravando a sua primeira música, “Maybellene”, em 1955. Além desta, é dono de uma constelação de músicas que definiram o sentido do rock, como “Roll Over, Beethoven”, “Rock & Roll Music” e “Johnny B. Goode”.
O influente Berry era o ídolo de músicos que se tornaram referência, como integrantes dos Beatles e Rolling Stones. No Brasil, era o herói internacional de Clemente Nascimento (Inocentes, Plebe Rude). “Meu herói, o cara que criou a batida do rock’n’roll, que todo mundo tenta imitar até hoje.”
“Chuck”, que agora será seu álbum póstumo, tem lançamento marcado para este ano pela Dualtone Records.