Músico, que gravou cultuados álbuns do metal, se tornou capitão de companhia aérea
Tim Calvert, ex-guitarrista do Forbidden e Nevermore, morreu na manhã de ontem, 30 de abril, depois de lutar contra uma forma agressiva de esclerose lateral amiotrófica (ELA). Ele tinha apenas 52 anos de idade.
O falecimento de Tim foi anunciado por sua irmã, Vicky Calvert-Hawkins, que escreveu em um post no Facebook: “Eu e meu marido Bret (juntamente com vários médicos maravilhosos e provedores de cuidados paliativos) estamos muito honrados por termos sido os cuidadores de Tim, na nossa casa, durante os últimos cinco meses. Estamos incrivelmente gratos por termos tido esse tempo para passar com ele.”
“07 de novembro de 1965 – 30 de abril de 2018. Note o traço, ‘-‘, nas datas. A vida é toda sobre como você vive o seu traço… E você, meu querido Timothy, foi um tremendo de um durão, viveu a sua vida ao máximo! Músico incrível, capitão da companhia aérea, viajante do mundo, amante da natureza e dos animais, fiel ao Oakland Raiders e fã do Oakland A, comediante e supremo mestre guru especialista na história militar e da aviação da Segunda Guerra Mundial. Eu te amo, grande irmão. Fique bem, até que eu te ver de novo.”
Ex-companheiros da banda relembram Tim Calvert
Tim Calvert tocou em três álbuns do Forbidden, “Twisted Into Form” (1990), “Distortion” (1194) e “Green” (1997), além de “Dreaming Neon Black”, lançado pelo Nevermore em 1999.
Craig Locicero, guitarrista do Forbidden, lamentou a morte de Tim: “Muito além da tristeza. Nós acabamos de descobrir que Tim Calvert faleceu. Alguns sabiam que ele estava lutando contra uma forma agressiva de ELA já há algum tempo. Era algo mantido de forma particular, conforme seus desejos.”
“O maior compositor, músico e guitarrista que eu já tive o prazer de criar música nos deixou”, continuou Locicero. “A genialidade de Tim vai viver para sempre nos três discos do Forbidden que ele ajudou a criar conosco.”
Matt Camacho, baixista do Forbidden, adicionou: “O grande Tim Calvert faleceu em silêncio esta manhã ao redor de sua família. É como se Tim pedisse para mantermos a serenidade porque ele era uma alma tão humilde. Acredito que ele não queria que ninguém fizesse barulho por ele.”
“Todo mundo que conheceu o Tim se tornou uma pessoa melhor”, prosseguiu Camacho. “Ele era o tipo do cara que não tinha inimigos e era extremamente talentoso em tudo que fazia. Sempre muito engraçado, um cara espirituoso que podia falar o que fosse da melhor forma, e que quando estava em um ônibus de turnê era essencial para colocar os membros da banda em seu lugar.”
E o baixista ainda revelou o que o ex-colega fez por ele na banda: “Quando ele se juntou ao Forbidden, eu mal sabia como tocar, e [Paul] Bostaph [bateria] e Locicero não tiveram muita paciência em me mostrar as músicas. Eu podia passar muitas horas enquanto Tim me acompanhava em todos os detalhes meticulosos e investindo seu próprio tempo para ter certeza que eu não seria chutado da banda.”
Assim como os demais, também comentou sobre sua carreira fora da música: “Muitas pessoas não sabem disso sobre Tim, mas depois que ele se afastou do Nevermore, que era uma banda ainda maior que o Forbidden, ele se tornou piloto e capitão da United. Que filho da puta durão… O cara deixou um legado incrível na guitarra e ainda se tornou especialista em um campo que as pessoas passam a vida inteira tentando alcançar. Que bom trabalho você fez, Tim Calvert… Viveu bem a vida! Os bons morrem jovens demais… Essa vai ser difícil de superar.”
Já o guitarrista Jeff Loomis, ex-companheiro de Nevermore, também se manifestou: “Hoje se tornou um dia triste quando soube do falecimento do meu querido amigo e companheiro de banda Tim Calvert. Não apenas um guitarrista e compositor incrível, mas aquele que seguiu seu amor e paixão pela aviação para se tornar um capitão de companhia aérea. Até hoje me surpreendo com todas as suas realizações. ALS é uma doença horrível e levou meu amigo embora muito cedo. Que você descanse em paz, Tim.”