Em longa entrevista, o vocalista Eric Martin descreve o sentimento na banda após a volta em 2009
Além de ser um compositor e vocalista de muito talento, quem teve a oportunidade de ter contato com Eric Martin sabe de uma coisa: o cara gosta de falar. Porém, se ele só falasse besteira, isso não ia adiantar nada, mas o que acontece é exatamente o oposto. Sempre disposto a conversar, na entrevista a seguir, Martin falou sobre seu novo projeto, USA Pop Brigade, do novo álbum do Mr. Big, de sua relação com Billy Sheehan, da identificação musical com Richie Kotzen. Além disso, conta se chegou a fazer uma audição para entrar no Van Halen e comenta sobre o impacto da doença do baterista Pat Torpey em sua vida e na carreira da banda, que se apresentará novamente no Brasil em agosto, com datas em Manaus (AM), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS).
Comecemos pelo seu novo projeto, o USA Pop Brigade. Conte para nós exatamente do que se trata, pois sei que foi para o Japão e fez alguns shows…
Eric Martin: Sim, era só um projeto para músicas mais simples, tipo uma banda pop punk rock. Tocamos músicas que o Mr. Big nunca tocou, como uma chamada “How Did I Get Myself Away”, que compus com Billy Sheehan há alguns anos. Ela é mais nesse estilo e nós nunca a tocamos. Portanto, queria explorar esse lado que nunca tinha explorado e, claro, alguns hits. Assim, entrei em contato com PJ Farley e Steve Brown (baixista e guitarrista do Trixter, respectivamente) para fazermos esse tipo de banda de festa. Convidaríamos alguns conhecidos, grandes vocalistas como Jeff Scott Soto, Joe Lynn Turner, John Waite, Eddie Money e qualquer um que tivesse hits para tocar por 2 horas nessa banda de festa. Nada de se vestir com roupas dos anos 80 ou qualquer coisa assim, só músicas bem legais. Sim, fomos ao Japão e foram apenas quatro shows, mas foi um grande sucesso. Quando montei o projeto, não estava fazendo nada. O Mr. Big havia lançado o “…The Stories We Could Tell” três anos atrás. Fizemos a turnê, foi ótimo, mas logo depois caí na estrada fazendo acústicos e senti falta de estar numa banda de rock. Eu não sabia qual seria o futuro do Mr. Big. Na verdade, ninguém sabia o futuro do Mr. Big quando voltamos em 2009. Deixamos claro que iríamos fazer um álbum, uma turnê, dar um tempo e fazer de novo e de novo até que começasse a exigir demais do físico, mas tem sido ótimo. Porém, na época, eu não via nenhuma luz no fim do túnel com relação ao Mr. Big e logo que voltei do Japão, nosso management ligou e disse que faríamos um álbum. Fui pego de surpresa. É claro que os caras do Trixter têm o lance deles e agora estou bem ocupado com o Mr. Big, mas gostei de ter essa banda paralela. Só queria ter outra coisa para fazer, para manter minhas habilidades em forma para o Mr. Big, que é a prioridade.
Essa será uma banda só para shows com os vocalistas convidados ou você quer ir em frente e, de repente, conseguir um contrato com uma gravadora e fazer músicas originais?
Eric: Não, não, não. É uma banda cover, mas tocamos os nossos sucessos. Tocamos Mr. Big, algumas da minha carreira solo e até umas mais novas. Tocamos Trixter, também. Mas eu queria tocar de forma simples, com três acordes. Steve Brown é incontrolável, e ele adora solar, o que eu gosto muito. Mas eu queria deixar as coisas mais diretas. Mas nada de contrato com gravadora. Não quero ir para esse lado ainda. Tenho ameaçado fazer um álbum solo há 13 anos e tomara essa seja a próxima coisa que vou fazer, se for para ir atrás de gravadora. Mas não quero me envolver com isso. Meu coração está com o Mr. Big e o USA Pop Brigade é diversão. Tocar para as pessoas e se divertir.
Nesse álbum foi mais como antigamente, como uma unidade. Apesar de termos apenas seis dias para fazer” – Eric Martin
Sobre o Mr. Big, o novo álbum é “Defying Gravity”, que é absolutamente maravilhoso. Eu ouvi e achei um grande trabalho!
Eric: Sério? (risos). Eu agradeço. É um álbum único e as respostas que tenho obtido de amigos, colegas e muita gente pergunta o que aconteceu. Estão tão acostumados com o formato que vimos fazendo por tantos anos, que é como um setlist. “Addicted to That Rush”, “Daddy Brother Lover Little Boy”, as músicas mais rápidas, aí as coisas com mais groove e country, a balada e a volta ao rock, como um show ao vivo. Mas nesse álbum não é assim. Não diria que é uma evolução, mas fiquei muito surpreso quando entrei no estúdio, porque achei que ninguém tinha alguma coisa composta. Pensei que íamos entrar no estúdio e começar do zero. Cheguei com apenas três músicas, mas achando que ia ser o salvador da pátria. Quando falei que tinha três, Paul (Gilbert, guitarra) disse que tinha sete! OK, vamos trabalhar. O último álbum foi interessante porque Billy e Paul estavam na estrada e eu e Pat Torpey (bateria) tínhamos várias ideias, algumas músicas terminadas e estávamos trabalhando e arrumando tudo quando ele me disse que estava com Parkinson. Logo, foi muito estressante para ele, física e mentalmente. Mas, de alguma forma, ele assumiu a responsabilidade, talvez por causa desse projeto, de ter algum objetivo, algo para fazer. Enfim, ele e eu fizemos o “…The Stories We Could Tell” inteiro e, um mês depois, Billy e Paul chegaram e finalizamos. Mas nesse álbum foi mais como antigamente, como uma unidade. Apesar de termos apenas seis dias para fazer. Queríamos trabalhar com Kevin Elson novamente, o cara que produziu nossos quatro primeiros álbuns, e ele só tinha uma janela de uma semana. E Paul só tinha seis dias antes de voltar para a estrada. Eu entrei em pânico absoluto, enquanto os outros três acharam legal, porque seria um desafio. Eu não estava preparado. Quando nos juntamos, foi legal que todo mundo assumiu e trouxe algumas músicas. Billy tinha duas, Paul sete, eu e Pat trabalhamos em uma. Fiquei tão inspirado no estúdio por ver cada um trabalhando sua parte solo que compus essa música chamada “Everybody Needs a Little Trouble” em 25 minutos. Usei algumas ideias que o Paul tinha me passado, um riff no estilo de Bo Diddley que se repetia como num loop. Comecei daí e uns 20, 25 minutos depois, estava pronta, mas ainda não finalizada. Eu a finalizei quando fui gravar os vocais finais, uns dois dias depois. Foi legal estarmos todos juntos novamente porque não fazíamos isso há sete anos.
Kevin Elson produziu “Mr. Big”, “Lean Into It”, “Bumb Ahead”… Parece que ele consegue captar o som de vocês como ninguém. É justo dizer que ele é “o cara” para o Mr. Big?
Eric: Sim, ele foi nos quatro primeiros, sem querer desmerecer os outros como Richie Zito, que produziu os dois que gravamos com Richie Kotzen, “Get Over It” e “Actual Size”, Pat Reagan que produziu “…The Stories We Could Tell” e acho que outro que não consigo lembrar (N.T.: Eric se confunde, Pat Reagan produziu apenas esse álbum do Mr. Big) e Kevin Shirley (N.T.: produtor do álbum “What If…” de2011) que produziu Iron Maiden, Joe Bonamassa, e um monte de outros grupos, Journey…
Black Country Communion.
Eric: Isso, com o Glenn Hughes. Também acho que ele fez um grande trabalho. Ficou um pouco embolada a gravação, mas ele conseguiu captar nossa sonoridade como se fosse ao vivo. Principalmente porque nós falamos para ele que queríamos bem cru e aí ficou mesmo. Inclusive, eu queria corrigir alguns dos meus vocais e ele não deixou. Foi um bom álbum com sonoridade ao vivo e eu adoro Kevin Shirley, mas aquilo era como uma negociação para se libertar reféns, tipo… eu não quero de forma alguma falar mal do “Caveman” (N.doT: Kevin Shirley é frequentemente chamado Kevin “The Caveman” Shirley), ele foi um ótimo cara para se trabalhar, para mim, pessoalmente. É que Kevin Elson é como se fosse o quinto Beatle, entende?
Eu nunca me senti intimidado por Richie Kotzen. Adorava o jeito dele tocar e cantar. Eu gosto de ser o vocalista, mas sempre estive disposto em dividir” – Eric Martin
Às vezes não é sobre ser bom ou ruim, mas se encaixa ou não. Elson parece se encaixar perfeitamente com o que o Mr. Big faz, sem desrespeito a ninguém. Você mencionou o “Actual Size” (2001), produzido por Richie Zito, que, se não me engano, trabalhou antes com o Cheap Trick.
Eric: Sim, Cheap Trick, Eddie Money, tocou com Elton John.
Bad English.
Eric: Isso, um ótimo guitarrista. Um cara ótimo para canções. Eu adoro trabalhar com ele. Trabalhei com Richie em um álbum solo em 1987, chamado “I’m Only Fooling Myself” e naquela época ele trabalhava com todo mundo em LA. O pessoal do Toto… Richie é um grande músico e era o melhor amigo de Richie Kotzen na época. E Zito sabia direcioná-lo, porque Kotzen era esse garoto-prodígio que queria tocar as coisas mais absurdas, mas ele sabia controlá-lo.
Em “Actual Size” eles dividem vários créditos de composição.
Eric: Sim, sim, eles me enganaram em uma dessas. Eu compus uma música chamada “I Don’t Wanna Be Happy” e estávamos na casa de Kotzen. Ele veio até a sala e eu disse que queria mostrar uma música para ele. Aí, trocamos uma ideias e Zito, o produtor… É sempre uma linha tênue nesses casos. Porque uma coisa é o produtor dar direcionamento, outra é levar crédito como compositor por causa disso! Isso é diferente. Zito, eu te adoro, mas isso foi esquisito! (risos).
Mas fale um pouco sobre “Actual Size”, porque esse foi o último álbum antes da infame turnê de despedida, já que a banda ia acabar em 2002, com lançamento de DVD e tal.
Eric: Ah sim, a “despedida”.
Sim, a infame despedida. Estou com a mensagem de despedida aqui na minha frente, o release da época.
Eric: Com a minha reação de surpresa? Sei, sei.
Houve alguma tensão ao entrar no estúdio? Afinal, falava-se de turnê de despedida. Foi um álbum difícil de fazer?
Eric: Meu Deus, e como! Foi muito difícil porque se eu me lembro corretamente e eu tenho uma memória meio seletiva, eu, Richie e Pat, compusemos o álbum. Billy acabara de sair em turnê com Steve Vai, e ele ligava todo dia dizendo que era para deixarmos o álbum hard e heavy. Falava para parar com esse negócio mais bluesy – que é o som de Richie Kotzen – para fazer um álbum pesado. E enquanto ele nos falava isso, nós compúnhamos esse disco de AOR/Pop com “Shine” e uma minha chamada “Mary Goes ‘Round”. Era tipo um álbum da USA Pop Brigade. E eu lembro de pensar que Billy ia odiar o trabalho. E na época, se ele tivesse assumido a responsabilidade, eu teria feito letras, melodias e composto com ele coisas mais pesadas com todo prazer. Nós fizemos uma chamada “How Did I Get Myself Away” que era mais pesada e a ironia é que eu a toco com a USA Pop Brigade e ela é mais crua, tem algo de The Clash. Mas era a única mais pesada no álbum, que foi ele que compôs. E houve alguma animosidade por causa de composição. Esse tipo de merda acontece, toda banda passa por isso. Richie ia cantar “Shine” e eu pedi para ele para fazermos um dueto. Eu nunca me senti intimidado por Richie Kotzen. Adorava o jeito dele tocar e cantar. Eu gosto de ser o vocalista, mas sempre estive disposto em dividir. Assim tive a ideia de fazer isso em “Suffocation”, “Shine” e outra que não entrou no álbum e acabou sendo o B-side de alguma coisa, se chamava “You Don’t Have To Be Strong”. Eu adoro esse lance meio Rightheous Brothers que Richie e eu temos. Finalmente a influência que tenho de Free e Paul Rodgers estava aflorando no Mr. Big. Richie Kotzen conseguia canalizar isso de mim. Eu adorava tocar com ele. Era uma banda de rock’n’roll muito boa, ele tem um estilo completamente diferente de Paul Gilbert, mas eu adorava tocar com ele.
Não quero dizer que esse é um novo Mr. Big, mas é um novo “tapete”. Em vez de varrermos tudo de ruim para debaixo do tapete, jogamos o tapete velho fora” – Eric Martin
É interessante que você mencione isso porque fiz entrevistas com integrantes do Mr. Big durante esses anos e parece haver uma resistência quanto a Richie Kotzen, de que havia algo errado com ele. Então, é revigorante ouvir você dizer que curtia o que ele trouxe para a banda, porque acho que muitos fãs curtiam, mas parece que alguns integrantes não.
Eric: Nós éramos mais relaxados e isso me atraiu. Não era o Mr. Big perfeito e com precisão nos detalhes, em que tudo tem que ser exato, como aço inoxidável. Richie é um grande guitarrista e quando eu digo que tinha esse lance mais relaxado, era tipo o Mr. Big mais Rolling Stones, ou Black Crowes. Não sei, mas eu gostava muito da sonoridade mais relaxada que tínhamos juntos. E mesmo ao vivo era assim. Era diferente, como eu disse menos regimentado com regras e regulamentos que a banda havia tido no passado. Então foi um refresco tocar com ele. Para encurtar a história… Olha, esses dias acabaram e não quero dizer que esse é um novo Mr. Big, mas é um novo “tapete”. Em vez de varrermos tudo de ruim para debaixo do tapete, jogamos o tapete velho fora. E agora está rolando uma coisa nova e se a gente começar a reviver o tanto de merda sobre eu e Billy entrando em rota de colisão… Não foi necessariamente isso, foi mais o direcionamento da banda, porque era diferente para todo mundo. Eu gostei de tocar com Richie Kotzen naqueles dois últimos álbuns, mas acho que nossa base de fãs não gostou tanto. Eles sentiam falta de um dos integrantes originais, Paul Gilbert, e nós tocamos para as pessoas. Tentamos fazer turnês o máximo que pudemos, para mostrar que ainda era o Mr. Big, mas grande parte dos fãs e alguns jornalistas também embarcaram nessa de que isso não era o Mr. Big que eles se lembravam. Mas eu me diverti muito e adorava compor com ele, gostava muito.
Bem, convide-o para a USA Pop Brigade.
Eric: Olha, sabe que há muito tempo atrás eu queria fazer um álbum com ele. Só ele e eu. Uma coisa meio Rightheous Brothers como eu disse antes, mas isso nunca foi pra frente. Ele sempre estava muito mais ocupado do que eu na época.
Eu quero explorar o lance com Billy Sheehan, mas há uma coisa na qual estou particularmente interessado. É uma pergunta bizarra, mas, em 1984, ou no início de 85, você recebeu uma ligação de Eddie Van Halen e…
Eric: (risos). Engraçado você ter citado o Billy no início da pergunta porque eu sei o que você vai dizer e…
Se quer falar sobre Billy agora, tudo bem. Depois que ele participou da turnê de despedida e vocês lançaram o DVD e tal, alguns anos depois, ele apareceu e disse: “Nós não somos uma banda por causa de Eric Martin.” Era assim que ele se sentia na época e todos nós dizemos coisas das quais nos arrependemos depois. Isso é algo que você refutou e disse: “Cara, você é o problema” ou pensou “É melhor me olhar no espelho e vamos consertar isso.”
Eric: (risos). Na verdade, todas as anteriores. Na época, eu sabia que ele e eu tínhamos uma crise de falha de comunicação desde a primeira vez que nos juntamos, em 1989. Ele tinha uma personalidade muito forte, ainda tem, e eu era o líder da minha banda, a Eric Martin Band, em São Francisco. Ele havia tocado com David Lee Roth, mas tinha sua banda própria também, Talas. Em primeiro lugar, ele é praticamente um estadista. É ótimo em uma entrevista, sabe falar como ninguém, muito inteligente e um baixista superstar que tem uma presença marcante. Então, quando ele fala, chama a atenção, é tipo Abraham Lincoln ou algo parecido. E quando começamos, fiquei super intimidado por ele, porque na minha cabeça eu era um cara importante cercado de pessoas menos importantes, mas não era assim. Eu percebi na hora que era apenas o vocalista. E o máximo que eu fazia era aparecer com algumas ótimas músicas. Não havia chefe, mas Billy meio que era um. Foi ideia dele e ele ligou para Mike Varney (N.T.: produtor, fundador da Shrapnel Records) e Mike me ligou. Aí, eu e ele fomos atrás de um contrato, muito antes de Paul Gilbert e Pat Torpey aparecerem. Nós começamos o Mr. Big, mas ficou claro para mim que Billy Sheehan era o chefe. E eu refutei muito isso durante os anos que se passaram e nós batemos cabeça a respeito de várias coisas. E depois de reuniões e conversas de banda chatíssimas, das quais eu saía chateado achando que todos estavam se unindo contra mim, eu saía achando que eu não estava falando direito e deixando minha opinião clara. Porque várias vezes me senti contra a parede durante muitos dos anos em que estivemos juntos. Enfim, eu dizia uma coisa, ele dizia outra. Nós nunca falamos mal um do outro até que as revistas apareceram após a banda acabar. Tivemos talvez dois ou três momentos de mais agressividade, mas nunca houve troca de socos, ou alguém dizer que ia sair da banda, nada disso. Mas houve falta de consideração por um longo tempo. Foi difícil e Billy era o porta-voz, tinha as plataformas, todo mundo queria falar com ele e ele me culpou. Eu me lembro de ter pensado que ele deveria assumir um pouco da culpa também. Eu já falei isso, que arrumei problemas por causa da minha personalidade. Tinha uma língua afiada, era muito sarcástico nos anos 90, porque era minha única defesa. Sei que irritei a ele e algumas outras pessoas (risos).
Se tivéssemos continuado juntos, poderíamos ter alcançado um nível de fama, talvez não no nível do Bon Jovi, mas muito próximo” – Eric Martin
Mas você também percebeu que o Mr. Big é uma grande banda e uma grande marca. Em 2009, quando decidiram fazer a turnê de reunião para comemorar os 20 anos da banda, chegaram a se sentar um com o outro e disseram: “O que passou, passou”? Você chegou para isso [a turnê], mais maduro como pessoa e com mais apreço pelo que tinha vivido, ou foi apenas uma relação comercial em que vocês concordaram que ganhariam uma montanha de dinheiro e não precisavam gostar um do outro?
Eric: Não, isso não funcionou assim, de jeito nenhum. Eu me lembro que em 2009, assim que nos reunimos, olhamos um na cara do outro e tínhamos um sorriso em nossos rostos que dizia: “Acho que nós dois fizemos besteira.” Acho, inclusive, que talvez Paul tenha saído por causa de tantas vezes que eu e Billy brigávamos durante os anos. Mas, se tivéssemos continuado juntos, poderíamos ter alcançado um nível de fama, talvez não no nível do Bon Jovi, mas muito próximo. Desaparecemos por muito tempo porque nunca conversamos sobre o ocorrido. Ele e eu tivemos problemas sobre quem mandava em momentos específicos. Havia questões sobre composição, shows, só coisa imbecil. Hoje nem falamos mais sobre essas coisas menores. Agora ele chega com uma música nova e mostra para mim para ver se aprovo ou não. Para ele chegar a fazer isso… Há mais confiança e respeito agora, e quando nos reunimos em 2009 havia a sensação de o que passou, passou. Depois de uns cinco ou seis anos, você não consegue mais ter ódio.
É, e a medida que ficamos mais velhos, percebemos que nos preocupamos com coisas muito pequenas em alguns momentos.
Eric: Sim, era coisa muito mesquinha. Se pensar bem, brigávamos tipo Jagger/Richards, Bettencourt/Cherone, Eddie Van Halen/David Lee Roth. Lembro de quando fizemos a tour com o Aerosmith há muitos anos e o jeito como Steven Tyler e Joe Perry olhavam um para o outro era gelado. Mas de alguma forma, eles passavam por cima disso no palco, era sensacional. Billy Sheehan e eu jamais tivemos um momento Axl Rose/Slash. Jamais. Tivemos uma falha na comunicação, porque nunca falamos sobre o problema. Foi assim por muito tempo. Se eu tivesse chegado para ele e perguntasse se tínhamos um problema entre nós e ele talvez dissesse que o problema era ele, a gente teria conversado e apagado o incêndio naquele momento. Mas no palco, nós meio que canalizamos aquele fogo que tínhamos durante o dia e conseguíamos aquela explosão maravilhosa no palco.
Nos sete anos em que não houve Mr. Big, após a despedida, o anuncio da separação e a postagem na sua página no Facebook, você sentiu falta? Ou foi: graças a Deus não preciso mais pensar nisso.
Eric: Ah, sim, claro que senti falta. Eu me lembro de fazer uma turnê uns quatro ou cinco anos depois de nos separarmos e eu estava chateado porque depois de todo trabalho que tivemos, acabar assim, sem nenhum aviso. E também, a paisagem musical havia mudado tanto nos EUA, estava muito diferente. Mas internacionalmente, tínhamos muito sucesso e desistir assim foi um grande erro. Porque que apesar de termos um novo álbum, a sensação é de estar começando tudo outra vez. Nossa, toda vez que você me faz voltar no tempo…
Eu não quero fazer isso toda hora, mas gosto da história fascinante e toda emoção que ela envolve. Mas a sensação é mesmo de vocês estarem começando outra vez, porque o álbum mais recente, “Defying Gravity”, possui, sim, certo vigor novo. Eu segui o Mr. Big, comprei os primeiros álbuns e nos últimos eu senti, vendo por uma perspectiva de fã, que estava mais para “veja eu me mostrando no meu instrumento” e menos sobre as músicas. Talvez seja uma percepção errada, não me crucifique por isso.
Eric: Não, não, faz sentido. Essa é sua opinião, não há certo ou errado. Quando você ouve algumas dessas músicas, realmente parece que a preocupação era mais com os solos e não com as canções. Mas não existe álbum perfeito.
“Chego em casa há um recado na minha secretária eletrônica, que diz: ‘Aqui é Eddie Van Halen e eu gostaria de falar com você sobre uma audição para entrar no Van Halen'” – Eric Martin
Mas eu acho sim que o novo trabalho tem um foco incrivelmente grande nas músicas. Elas são muito bem construídas, as melodias aparecem bem, a musicalidade e a parte instrumental estão a serviço da música e não em ficar nos holofotes. Me parece muito coeso.
Eric: Ele é coeso. A única coisa que me incomoda um pouco nele, e isso é especialmente porque passei tanto tempo compondo melodias e letras, é que queria ter passado um pouco mais de tempo nessas últimas. Eu não sei se as pessoas prestam atenção mesmo nisso, mas queria que fossem inteligentes, com metáforas e que passassem alguma mensagem. Mas nesse álbum elas são realmente super simples. Isso é legal também, nunca havia feito isso. Há várias letras tipo “To Be With You” e “Shine” nesse disco. Várias mensagens direto ao ponto, sem muito para pensar sobre o que elas querem dizer. Está ali: eu te amo, você me ama, pelo menos em duas delas.
E foi o que eu quis dizer também, todo mundo trabalhando pela música e não pelo holofote individual. Eu sei que soa estranho dizer, mas todos tocam para fazer a música, a música, e isso é ótimo.
Eric: Sim, e Kevin Elson está conosco. Ele tem a habilidade de fazer todos tornarem-se uma estrela no álbum, mas não é o caso aqui. Nesse, a música é a estrela. Enfim, são músicas únicas, diferentes de qualquer álbum que nos já fizemos, mas tem uma energia crua. Como você disse, não tivemos tempo para deixar perfeito e eu sei disso, porque já quase morri de tanto fazer isso [tentar deixar o álbum perfeito]. Refaz, refaz, refaz só para isso, e para quem? Para mim? E nesse foi: gostou da música? Sim. Então vamos gravar. Nada de tentar inventar muito.
Tendo feito entrevistas por muitos anos e sendo um fã de rock, eu já ouvi Mick Jagger, Keith Richards e Gene Simmons falarem que tal música eles compuseram em 5 minutos nas costas de um guardanapo. E, pelo jeito, são os grandes sucessos e não aquelas que passaram oito anos tentando aperfeiçoar. Agora, vamos falar sobre o lance do Van Halen. Era 1984, David Lee Roth saiu e Eddie Van Halen te ligou dizendo para ir encontrá-los. Quantos ensaios ou reuniões você fez com eles?
Eric: Nenhum. Zeke Clark era técnico de guitarra de Eddie Van Halen e ele trabalhou comigo por muitos anos. Éramos colegas de quarto numa casa em que a minha banda 415, que depois se tornou a Eric Martin Band, morava. Éramos melhores amigos e Zeke começou a trabalhar com Eddie. Ele [Zeke] me convidou para ir ao estúdio e eu ficava lá, vendo a banda fazer umas jams. Então, eu sabia que ele me conhecia. Eu estava lá e ele estava fazendo umas jams e compondo e Zeke me apresentava e Eddie dizia: “Ok, ok, como vai?” Então, era legal só ficar lá. Em 1985, Danny Kortchmar, também conhecido como Kootch, produziu meu disco solo e eu achei que era um grande álbum, tipo um [solo de Don Henley, vocalista/baterista do Eagles] “Building the Perfect Beast” parte 2. Estávamos gravando em um estúdio chamado Record One, em Los Angeles, e todo mundo que tocou nele, quando Don ia para casa, fazia uma festa e ia até o estúdio onde eu estava para tocar no meu álbum! Tem músicas muito boas nele, mas com aquela sonoridade de uma parceria entre Don Henley e Danny Kortchmar. Eu adoro! Mas, enfim, estou na estrada divulgando o álbum e quando chego em casa há um recado na minha secretária eletrônica, que diz: “Aqui é Eddie Van Halen e eu gostaria de falar com você sobre uma audição para entrar no Van Halen.” E eu morando a minha namorada da época, num apartamento pequeno com um sofá e um quadro de cachorros jogando pôquer pendurado na parede. Estávamos lutando para viver. Ele ia ligar de volta uns dois dias depois. Liguei para casa dele e coloquei o braço do telefone no meu gravador. Tenho a fita até hoje dele dizendo: “Aqui é Eddie Van Halen” e a minha resposta: “Oi, cara que fantástico…” E ele: “Tá, legal, olha, eu adorei sua voz, mas odiei seu álbum.” Foi o que ele me disse. E eu: “Sim, sim, você tem razão, meu álbum é péssimo”. Um nerd total. E ele: “Quero que você venha até aqui e faça uma audição para a banda.” Logo depois, como eu tinha feito uma trilha sonora com Neal Schon (Journey) fomos ouvir o trabalho pronto em Los Angeles e encontramos com Sammy Hagar no aeroporto. Neal falou para eu contar a ele que ia fazer uma audição para o Van Halen e eu falei todo empolgado e ele respondeu: “Cara, essa vaga vai ser minha!” Tenho uma foto de nós três juntos aqui em casa e ele tinha muito mais confiança do que eu. Mas, o que aconteceu foi que quando ele falou isso e eu me dei conta do que eu ia fazer, eu fiquei com medo. Achei que seria uma responsabilidade muito grande para encarar. Lá no fundo, eu sabia que poderia cantar muito melhor do que David Lee Roth, mas era um tipo diferente de vocal. David se encaixava totalmente no Van Halen, ele era estupendo, um showman, divertido, um grito sensacional, aquela forma de cantar meio falando. E eu era um vocalista de rock/soul e ainda um calouro. Havia feito alguns álbuns nos anos 80 e era confiante, mas percebi que aquilo era demais para mim. Lembro que estava chovendo, eu fui para LA e disse que não poderia. Ele ficou irritado, perguntou qual era o meu problema, disse que eu sabia onde era casa dele e que era para eu ir lá. Respondi que achei que não conseguiria, desliguei o telefone e voltei para casa. Durante os anos, percebi que mesmo que não tivesse conseguido o posto, teria o direito de me gabar muito. Não vou ficar me martirizando por causa disso porque, alguns anos depois, Billy Sheehan me ligou e tive a sorte de entrar em uma banda em que eu não precisava me igualar a ninguém.
É isso aí, a história mostra que você deve ser grato a Billy e a tudo que ele fez. (risos)
Eric: (risos). Olha só você! Eu deveria ser grato a Billy Sheehan! Você é do fã clube dele por acaso? (mais risos). Se for, que bom para você, ele é um ótimo cara!
Matt Starr é o baterista ao vivo do Mr. Big, Pat Torpey é o baterista do Mr. Big, independentemente de qualquer coisa” – Eric Martin
Piadas à parte, Matt Starr, que tocou com Ace Frehley, apareceu com frequência na conversa hoje…
Eric: Nosso roadie de bateria também é roadie de bateria de Ace…
Pois é. O que ele [Matt Starr] traz para a banda, porque ele entra em uma situação delicada que agora se resolveu, vocês são em cinco e isso é ótimo. Mas como foi quando ele chegou, especialmente dentro das circunstâncias?
Eric: Billy trouxe Matt. Billy havia feito um show com Ace e Matt era o baterista. Em primeiro lugar, quando Pat disse que não conseguiria – e, no final das contas, até saiu em turnê e tocou seis ou sete músicas – precisávamos de alguém para tocar o resto do show, e pensamos em Deen Castronovo (Journey, Ozzy Osbourne, Wild Dogs, G/Z/R e muitos outros). Achamos que ele seria perfeito, porque canta muito, é um baterista incrível e todos nos damos bem com ele. Eu o conheci anos atrás, quando ele estava no Hardline com Neal Schon. Veja como as coisas se ligam…
E tenho trocado mensagens de texto com Deen essa última semana, comparando nossas impressões sobre o novo álbum do Revolution Saints (N.T.: banda de Deen Castronovo ao lado de Jack Blades e Doug Aldritch em que Deen também é vocalista). É um mundo pequeno…
Eric: Sim, é um mundo pequeno. Enfim, ele era o cara que queríamos. Todos concordaram que ele seria ótimo para carregar o fardo de Pat Torpey. Não era para entrar na banda, só para ser o baterista das turnês. Acho que ele estava afim, mas aconteceu algo com Jonathan Cain (teclado, Journey), acho que ele tinha que tocar em algum lugar e Deen tinha que ir com ele. Ficamos chateados com isso e precisávamos de um cara que conseguisse tocar bateria e cantar. Lembrei de Kenny Aronoff que eu conhecia bem, porque uma vez ficamos conversando o tempo inteiro quando ele estava em turnê pelo Japão com o Smashing Pumpkins. Aí ele virou o cara, mas precisávamos saber se ele sabia cantar ou não, porque ele é tipo um canivete suíço do Rock, faz qualquer coisa. Seria perfeito também. Enquanto pesquisávamos isso, íamos pensando em outros bateristas e lembrei de outro cara com quem gostaria de trabalhar, Jimmy DeGrasso, que eu conhecia do Y&T. Aí, o Billy fez o show com o Ace e disse para nós que o baterista tocou e cantou “Love Gun”. Isso bastou porque precisávamos de alguém imediatamente. Matt veio e aprendeu cada nuance, cada detalhe que Pat tocou e cantou. Fomos ensaiar em uma sala de ensaios minúscula em North Hollywood. Nós três ficamos olhando para ele, ele olhando para nós e tocou demais. Fez o que tinha que fazer. Não era Pat Torpey, porque Pat tem um feeling, uma cadência, é um ótimo baterista com quem tenho tocado há mais de vinte e seis anos. Não há ninguém melhor, mas Matt foi muito bem. Ele é mais agressivo, um baterista tipo Bonham (John Bonham, Led Zeppelin) comparado com Pat Torpey, e Bonham era ótimo, mas não ia combinar no Mr. Big. Por isso que Pat está lá meio que para instruir Matt constantemente em como é nossa sonoridade. E é assim. Sem querer ofendê-lo porque adoro ele, mas Matt Starr é o baterista ao vivo do Mr. Big, Pat Torpey é o baterista do Mr. Big, independentemente de qualquer coisa.
Em um nível pessoal, quando ficou sabendo sobre Pat, você sentou e chorou a noite inteira, enlouqueceu…
Eric: Eu estava na casa dele. Ele possui um estúdio caseiro acima da garagem. Estávamos eu e Pat Regan, que trabalhava nos Pro-Tools do álbum “…The Stories We Could Tell”. Estávamos sentados no sofá e Pat estava na bateria eletrônica que ele tem e eu estava com um violão, trabalhando umas músicas com ele. E eu tinha percebido quando fizemos o álbum anterior, “What If…” (2010) que a mão esquerda dele estava tremendo um pouco e ele não sabia o que era. Aí, gravamos aquele álbum e fizemos uma turnê longa e nem pensamos mais nisso. Quando nos juntamos novamente alguns anos mais tarde, nós conversamos e ele nunca mais tocou no assunto. Aí quando fomos fazer o álbum seguinte, naquele dia, ele estava tremendo e eu perguntei se ele estava bem. Ele levantou e Regan já olhou para mim, porque acho que Torpey já havia contado para ele. Aí ele disse que tinha Parkinson. Nós nos olhamos e os olhos dele se encheram de lágrimas e os meus também. Eu não sabia o que dizer. Eu passara por situações assim antes, do tipo quando alguém lhe fala que tem um câncer terminal e você tem que dizer adeus à pessoa, como com meus próprios pais. Foi a mesma sensação. Aí ele falou que não estava morrendo, que passava por um problema neurológico. Eu nem sabia o que era Parkinson, para mim era como uma condenação à morte. A única pessoa que eu já ouvira falar que tinha era [o ator] Michael J. Fox. Pat conversou comigo sobre isso e eu tentei entender. Ele ficou muito deprimido, não achava que conseguiria continuar. Então, baixou algo em mim não sei de onde que me fez dizer: “Hey, vamos parar com isso, vamos trabalhar.” Porque eu não sabia como lidar com a situação. Foi assim, eu me senti totalmente um peixe fora d’água, não sabia qual atitude tomar. Não vou dizer que eu curei o cara, mas tivemos um momento de animação. Foram três semanas, indo lá todo dia e fazendo todos os arranjos do álbum. E se tornou um objetivo para ele. Um motivo para levantar de manhã. E ele é um cara muito resistente. Mesmo com Parkinson ele ainda bebe uma six-pack de cerveja. Ele ainda é forte como um touro. Mentalmente, demorou um pouquinho, mas ele superou. E quando Billy e Paul apareceram, nós conversamos sem parar sobre como não poderíamos deixar nosso amigo para trás. Íamos passar por isso com ele e independentemente do que ele precisasse, íamos levá-lo conosco na estrada e fazê-lo parte da banda.
Claro que senti falta, percebi que esses caras são ótimas pessoas, grandes músicos e eu perdi a noção disso” – Eric Martin
E eu devo dizer mais do que da perspectiva de um fã, da perspectiva humana, eu respeito muito isso, porque especialmente no mundo da música, a decisão fácil seria simplesmente pegar um cara novo e dane-se.
Eric: NÃO!
Mas é o que as pessoas fazem e vocês não fizeram. E isso diz muito sobre Billy, você e Paul. Vocês fizeram o que era certo pelo lado humano e por isso tenho um respeito enorme.
Eric: Olha, mesmo com as coisas imbecis que fizemos no passado, tipo as minhas brigas com Billy, isso é uma irmandade. As pessoas normalmente comparam com um casamento, mas é mais como uma irmandade. De certa forma, a doença de Pat deixou nossa união muito mais forte. Isso sempre existiu, mas de certa forma nos deixou mais unidos.
Faz você perceber que comparado com o que ele está passando, talvez discutir sobe o crédito em uma música ou algo assim não seja tão importante.
Eric: Sim, exatamente. Nada na minha vida era mais importante do que Pat Torpey. Após a turnê, eu e Pat fomos para o Japão juntos com um australiano chamado John McNamara para fazer uma turnê acústica. Fizemos uns dez shows no Japão e formamos um laço ainda mais forte. Quando faço shows acústicos tenho uma postura bem diferente, converso mais, conto mais histórias e tento fazer graça. Aí Pat virou para mim após um show e falou: “Hey, você é engraçado! Como isso aconteceu? Você não é assim no Mr. Big!” E eu respondi: “Por sua causa. Foi você que disse que não era para fazer graça no Mr. Big.” Ele tinha posições bem fortes antigamente. Sim, nós estamos com laços muito fortes desde que voltamos. E isso é ótimo! E olha, nunca mais quero falar sobre o que aconteceu antes, meus problemas com Billy Sheehan, eu olho para trás e digo: quem se importa?
Eu nem estou interessado nos problemas, mas no crescimento pessoal que acontece…
Eric: Apenas para reiterar, entre mim e Billy, não há um culpado. Nós meio que perdemos o respeito um pelo outro em tempos antigos. E quando os anos se passaram e nós não estávamos juntos, você me perguntou se senti falta. Claro que senti, percebi que esses caras são ótimas pessoas, grandes músicos e eu perdi a noção disso. Muitas vezes eu sentia que era mais pelos solos e não pelas músicas, mas era uma banda com um laço forte que foi quebrado há muito tempo e eu senti falta. Agradeço à minha sorte que nós varremos tudo isso para debaixo do tapete e resolvemos tudo. E apesar de ser como começar tudo de novo, até que é legal, porque é uma tela em branco.
Transcrito e traduzido por Carlo Antico.
DATAS DO MR. BIG NO BRASIL:
Manaus (AM) – 17/08 @ Porão do Alemão
São Paulo (SP) -19/08 @ Tom Brasil (abertura: Geoff Tate)
Belo Horizonte (MG) – 20/08 @ Music Hall (abertura: Geoff Tate)
Porto Alegre (RS) – 22/08 @ Opinião
Informações sobre os shows em freepass.art.br/shows/mr-big-no-brasil-2017/
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