Guitarrista conta como o duelo de guitarras mais famoso da história do cinema mudou sua vida para sempre

Nita Strauss | Foto: Ricardo Matsukawa - Mercury Concerts
Nita Strauss | Foto: Ricardo Matsukawa - Mercury Concerts

Nita Strauss, guitarrista do Alice Cooper e We Start Wars, foi entrevistada recentemente por Nick Bowcott, do Sweetwater, e revelou o impacto na sua vida desde que assistiu ao filme “A Encruzilhada” (“Crossroads”, 1986), estrelado por Ralph Macchio e Joe Seneca, e com lendária participação de Steve Vai.

“Quando eu assisti àquele filme, eu estava super ligada ao mundo da ginástica”, revelou Nita Strauss. “Eu era uma substituta na equipe olímpica júnior, pra você entender o quão sério eu estava na ginástica. No dia seguinte, depois de assistir, eu fui para a academia que frequentava desde criança. A prática começava às 5 horas e eu entrei, provavelmente, umas 5h10 ou 5h15. Meu treinador olhou para mim batendo no relógio, e eu disse: ‘Eu sei. Sim, sim, eu sei’. E eu tirei minhas coisas do meu armário, saí e nunca mais voltei.”

E Nita mudou totalmente o foco da sua vida: “Tudo que eu fiz daquele momento em diante foi tocar guitarra. Eu nunca mais pensei em fazer qualquer outra coisa. Eu adorava. Era uma garota que praticava o dia todo, e ninguém podia tirar a guitarra das minhas mãos. Até na mesa de jantar e debaixo dos lençóis depois que a luz era apagada pra a hora de dormir, eu estava sempre tocando. Levava a guitarra para a escola e praticava no almoço. Eu não comecei sendo boa nesse instrumento. Todo mundo começa exatamente no mesmo nível, e isso é algo que eu amo na música, ninguém pode evoluir por você, praticar por você, ou fazer escalas no seu lugar. Ninguém começa melhor do que ninguém.”

A participação de Steve Vai em “A Encruzilhada” foi revolucionária para a juventude dos anos 80 em diante para a guitarra. Nela, Vai interpreta Jack Butler, um guitarrista a serviço do diabo (Robert Judd), e duela com Eugene Martone (Ralph Macchio) pela alma do bluesman Willie Brown (Joe Seneca), e o tema principal (final e decisivo) tocado é uma adaptação do ‘Caprice No. 5’, do compositor e violinista Niccolò Paganini. Após aquele filme, dez em cada dez guitarrista que o assistiram tentavam aprender aquele trecho específico.

A ligação de Nita Strauss com a música clássica vai além de Paganini, uma vez que o seu sobrenome não é por acaso. Ela é descendente do compositor austríaco Johann Strauss II que, entre inúmeras obras eternizadas na história da música, escreveu a valsa “Danúbio Azul”. Sim, aquela mesma usada por Stanley Kubrick no clássico “2001: Uma Odisseia no Espaço” (1968).

Confira abaixo a entrevista de Nita Strauss ao Sweetwater (em inglês) na íntegra:

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