Novo trailer de “Spider-Man: Homecoming” divide público e crítica

Como era de se esperar, novo trailer de “Spider-Man: Homecoming” provoca opiniões extremas entre fãs e críticos

Spider-Man: Homecoming | Rockarama

“Genial!” e “Uma porcaria!” são algumas das muitas opiniões sobre o novo trailer de “Spider-Man: Homecoming”, tanto de fãs, quanto da crítica especializada. Muitas e diametralmente opostas, como fica evidente pelos exemplos citados.

Alguns fãs exaltaram, outros detestaram. Críticos também estão em ambos os lados da questão. Não lembro da última vez em que vi uma divisão de opiniões tão firmes e diferentes entre si sobre um mesmo filme de super-herói, fosse Marvel ou DC Comics. Tão contrastantes que até eu, que tenho cultura pop como gosto pessoal e profissão há (muitos) anos, estranhei.

Quanto ao trailer em si, pé no freio com os extremos. Tony Stark (Robert Downey, Jr.), o Iron Man, está lá, apoiando em algumas cenas e dando bronca em outras. Ao que tudo indica, há várias cenas com ele e não vi nisso metade do problema que muitos parecem ter visto. O vilão de “Spider-Man: Homecoming” chama-se Vulture (o Abutre, intepretado por Michael Keaton), um inimigo clássico do Aranha e a dinâmica é a esperada em casos assim. Spider-Man é um calouro nessa profissão de herói.

Não vi nada que merecesse extremos de nenhum tipo – apesar dos efeitos especiais. Não é maravilhoso e nem horrível. Diria que fica na média do que eu imaginei. Tecnicamente é extremamente bem produzido, lógico. Eu não esperava nada diferente. Vamos respirar fundo e lembrar: trata-se de um trailer. Depois de toda essa dianteira vitoriosa que a Marvel tomou no cinema, alguém realmente esperava que fossem errar feio em coisas básicas, como um trailer? Pois é. Posso dizer que no máximo me provocou algo curioso, puxando de mim décadas de lembranças sobre o personagem.

Eu não sou conhecido entre os meus amigos por ser um grande fã do Homem-Aranha (eles surtam quando os lembro disso e certamente surtarão ao lerem isso), mas acho o personagem em si um bom garoto. Estou falando da construção do menino Peter Parker. Sabe essa coisa dele ser meio ingênuo, trouxa, bonzinho e metido a piadista? Então, essas características sempre me afastaram dele. Achava um porre. Tudo bem que eu já era fã de Wolverine (uma personalidade completamente oposta ao Parker) até a medula lá em 1989, mas isso é outra história.

Não me entendam mal, mas dá pra ser uma “boa pessoa” sem ser exatamente como Peter Parker. Isso era outra coisa que me incomodava quando eu era moleque. Apesar de ser classificado como nerd desde sempre, eu nunca me identifiquei com Peter. Talvez, em parte, por ver em sua figura coisas que o enalteciam junto ao público (apesar das perseguições que ele sofria), mas que, no mundo real, fazem com que os nerds sejam bem mais perseguidos do que ele próprio é na ficção. Peguei uma certa bronca do personagem por isso, reconheço. Olhando agora, essa bronca era muito mais por culpa dos fãs do que dele. Algo como “tá, Peter, você não é má pessoa e também é nerd, maravilha, mas te acho meio mala por N motivos que mal consigo explicar direito, ok? Não seremos melhores amigos.”. Ao mesmo tempo que acabava rolando um culpa do tipo “Tadinho, ele não é chato por mal. Pelo menos é um bom ser humano, precisamos de gente assim….” seguido de um sentimento de “Toma, cara. Pega metade do meu lanche já que zoaram o seu no recreio.” Eu falo brincando que “odeio esse cara”, mas na verdade, não dá pra ter raiva dele pra valer. Engraçado, não?

Por que estou falando tudo isso? Porque finalmente, neste trailer, reconheci o Spider-Man que eu tanto me deparava, querendo ou não, gostando ou não, nos quadrinhos da minha infância. O mesmo Peter Parker, chato, porém gente boa. Mala, contudo amigável. Tonto, mas inteligente e até simpático. Sem querer desmerecer os atores que interpretaram Spider-Man nos outros filmes, mas Tom Holland me convenceu em todos os sentidos até agora, mais do que qualquer um deles. Até conseguiu me fazer rir das tiradas e expressões do personagem, algo inédito até então.

Estou aqui revendo enquanto escrevo, e a atmosfera do filme, as cenas, texto e afins, a despeito de opiniões técnicas e/ou de enredo, parece que irão favorecer ainda mais o conceito do “Peter Parker bobinho e legal tentando salvar todo mundo”. Esse é Peter Benjamin Parker, o garoto que eu cresci bufando cada vez que ele abria a boca. Seja bem-vindo, cabeça de teia.

“Spider-Man: Homecoming” estreia nos cinemas brasileiros em 6 de julho.

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