O guitarrista Josh Klinghoffer falou sobre seu papel sendo o integrante mais novo de uma banda consagrada

Red Hot Chili Peppers | Foto: Ellen von Unwerth

Sabe a história que foi base para o filme “Rockstar”? Aquela que o fã consegue entrar em sua banda predileta? A de Josh Klinghoffer não é exatamente igual, mas é bastante similar. Ele tinha 4 anos de idade quando o Red Hot Chili Peppers foi formado e, depois, já com mais de 30, se viu fazendo parte do grupo, que vem colecionando hits desde os anos 1980. Para contar essa história e ainda falar sobre o mais recente álbum, “The Getaway” (2016), além de sua interessante carreira e também de uma reflexão sobre a morte de um de seus ídolos, Chris Cornell, o ROCKARAMA bateu um papo com Klinghoffer.

Dot Hacker, sua outra banda, foi criada em 2008 e o novo álbum, “Nº 3”, saiu em janeiro último. Como manter a banda e a visão que tem sobre ela, porque o Red Hot Chili Peppers tem uma agenda de turnês agitada!
Josh Klinghoffer: Eu formei essa banda em Los Angeles com três dos meus melhores amigos. Sempre foi meu sonho, desde criança, montar uma banda, mas nunca tinha acontecido isso para mim. Eu tocava com um cara chamado Bob Forrest e foi através dele que conheci o pessoal do Red Hot, quando eu tinha uns 17, 18 anos. Foi quando comecei mesmo a tocar guitarra, já que até aquele momento eu estava aprendendo. Eu tinha largado a escola e…

Sim, quero falar sobre isso depois, porque você passou por uma trajetória interessante até chegar aqui…
Klinghoffer: Sim, parece que foi ontem que eu tinha aquela idade e tocava com Bob, apenas começando.

Red Hot Chili Peppers | Foto: Steve Keros

Acho que quando você entra em uma banda como essa, só funciona se tiver a habilidade de ser você mesmo e trouxer algo único, novo e empolgante” – Josh Klinghoffer

Vamos falar sobre esse lance de aprender a tocar, porque alguns dos meus guitarristas prediletos são autodidatas. Alguns dizem que dessa forma você não fica aprendendo escalas e acha a sua própria forma e sua própria sonoridade. Como chegou ao instrumento, já que começou tocando bateria?
Klinghoffer: É, eu tocava bateria, mas fiquei de saco cheio de levá-la de um lado para o outro e achei que deveria aprender um instrumento tonal para poder compor. Comecei a tocar junto com discos e, de repente, eu era um guitarrista. Eu nem sei qual foi o momento exato disso, só sei que fui tocar com Bob, formamos uma banda e, como você disse, não passei tempo aprendendo certas coisas quando jovem…

Acho isso animador, porque você vai desenvolvendo sua própria sonoridade e o que seus dedos podem fazer. Não fica só no “lá”, “lá”, “si”, “si”…
Klinghoffer: Sim, mas é meio que uma faca de dois gumes, porque gosto do modo como aprendi e das coisas que não aprendi, mas nunca passou pela minha cabeça que ia acabar tocando ao vivo em uma banda como essa. E nela sou chamado para fazer um solo e coisas que não aprendi a fazer e nem tinha muito interesse quando era garoto ou um músico jovem. Mas eu não penso muito nisso, só toco da maneira que eu toco. Às vezes me incomoda, se sinto que não estou tocando da forma que as pessoas imaginam que o guitarrista de uma banda como essa tem que tocar. Mesmo assim, isso é tudo um diálogo dentro de mim que, às vezes, tem a tendência de ficar insalubre.

Você substitui inúmeros guitarristas que passaram por essa banda, mas entrou querendo mostrar uma abordagem própria ou conformado em ser o próximo John (Frusciante, guitarrista de 88 a 92 e 98 a 2009), copiar o estilo de alguém anterior? Houve alguma pressão do Red Hot nesse sentido ou entrou para ser você mesmo?
Klinghoffer: Não, não, nenhuma pressão para ser o próximo nada. Eu acho que quando você entra em uma banda como essa, só funciona se tiver a habilidade de ser você mesmo e trouxer algo único, novo e empolgante. Dê preferência, se conseguir incorporar e tiver respeito pelo o que eles fizeram no passado… Acho que é por isso que tem funcionado tão bem – quer dizer, é claro que depende de com quem você está falando –, mas tenho um respeito tão grande pelo trabalho deles com John e todos os outros. Falo especificamente de John porque ele era o guitarrista quando conheci a banda e tinha 10 anos. Anos mais tarde, fiquei amigo dele e do resto. Tive uma relação musical com ele antes e sei como a banda funciona. E, se voltarmos à época em que toquei com Bob Forrest, que era amigo do Chilli Peppers desde o início dos anos 80, nós abrimos shows para eles. Então, eu sabia como todos as aspectos dessa banda funcionavam, das turnês às gravações passando pela…

Infraestrutura…
Klinghoffer: Isso, e acho que essa é outra razão pela qual a minha transição foi mais fácil do que se pode pensar.

Red Hot Chili Peppers | Foto: Ashley Nuzum

A única coisa negativa é que minha amizade com John [Frusciante] meio que teve uma pausa logo que entrei na banda, mas faz sentido para mim” – Josh Klinghoffer

Você é amigo de John Frusciante há muitos anos (N.T.: Josh tocou em vários álbuns solo de John) e fez vários álbuns com ele. Sendo assim, como foi entrar na banda e substituir não apenas o guitarrista do Red Hot Chili Peppers, mas o seu amigo?
Klinghoffer: Tudo é estranho e jamais imaginaria que pudesse acontecer. Sequer pensei que ia fazer isso poucos anos antes, mas a banda não me deu nada a não ser apoio e incentivo em tudo que quis fazer. E foi bom para eles, também. A relação deles com John no passado virou o que virou e acho que ficaram animados em fazer isso com uma nova cara ou energia. A única coisa negativa é que minha amizade com John meio que teve uma pausa logo que entrei na banda, mas faz sentido para mim.

Nesse caso, há algo a respeito que é diferente? Se John ligar amanhã e disser: “Eu quero meu lugar de volta!”, você vai responder que é dele por causa da amizade?
Klinghoffer: Isso seria…

Esquisito.
Klinghoffer: Seria esquisito, mas eu ia dizer que isso pediria que ele conversasse com as outras pessoas da banda e não comigo. Ele saiu, não queria mais fazer isso e por boas razões. Ele já tinha passado por tudo e trabalhado duro por muito tempo. Não queria mais viver a vida da forma que você tem que viver quando está nesta banda. Os outros caras queriam. É bem simples, a banda não vai acabar porque ele não queria mais – apesar de que algumas pessoas acham que deveria – mas, como eu sou meio que novo e tenho um grande respeito por como toda essa engrenagem funciona, consegui me tornar parte dela e espero que tenha ajudado a crescer. Ainda há momentos em que eu sinto que… (pausa). Só espero que nossas novas músicas sejam tão empolgantes para as pessoas como as coisas antigas. Eu não sei se isso sequer é possível, alguns dos pontos altos que essa banda alcançou…

E mais, são memórias, é difícil enfrentar memórias.
Klinghoffer: Sim, mas essa banda vem fazendo um bom trabalho em tentar criar novas. Espero que dê certo. Estou surpreso. Se você viesse falar comigo no mesmo estágio da turnê passada, não sei se eu estaria tão otimista quanto agora. Quando você está na estrada e faz um tempo desde que compôs novas músicas e esteve no estúdio, ligado com seus companheiros de banda de forma próxima, é diferente de quando toca ao vivo, que é muito mais intenso e toca as mesmas músicas toda a noite – embora nós troquemos o set a cada show… Aí você pode perder o foco do que realmente é. E você está em uma banda e, em certo momento, depois de um ano e meio de turnê, começa a sentir que é só isso que você faz. Agora, após fazer duas turnês com eles e estarmos bem próximos do final desta, vejo que está indo bem. As pessoas gostam e vão nos ver tocar. E quem faz parte do grupo está feliz com quem está a seu lado. Para mim, tocar com esses caras ainda é mágico, mesmo quando as coisas não estão indo bem e você fica bravo com alguém pelo modo como tocou naquela noite ou qualquer coisa assim.

Red Hot Chili Peppers - "The Getaway"

Isso é que é ótimo nessa banda. Faço mesmo parte dela e participo totalmente (…) Não estão atrás de alguém que aceite tudo como eles querem que seja” – Josh Klinghoffer

O álbum “The Getaway” foi produzido por Danger Mouse e não por Rick Rubin. Como foi isso, falando de sua perspectiva e a da banda, porque o Red Hot vem gravando há 25 anos com Rubin e agora eles possuem você e uma nova energia. O que o produtor trouxe para o todo?
Klinghoffer: Bem, essa é a diferença entre eu e o pessoal da banda. Para mim, não foi tão estranho não ter Rick ali. Eles fizeram tantos álbuns com ele que eu achei, tendo feito um, que não queria fazer mais um em que sentisse que era quem tinha passado menos tempo como parte principal do grupo. Então, nós mudamos para alguém com quem todos nós tivéssemos o mesmo tempo de experiência. Eu havia trabalhado com Brian (N.T.: o nome real de Danger Mouse é Brian Joseph Burston) anteriormente, mas nada como isso. Ele tem uma abordagem diferente de Rick, é similar em alguns pontos, mas é alguém que dá palpite nas partes de bateria, ajuda uma música desde o início. Chegamos a compor músicas inteiras com ele, coisa que jamais faríamos com Rick ou que a banda já tenha feito antes. Tudo isso tem seu lado positivo e negativo.

Esteve envolvido na escolha, quando a banda sentou e decidiu que faria um novo álbum e escolheu o produtor?
Klinghoffer: Ah sim, muito envolvido. Isso é que é ótimo nessa banda. Faço mesmo parte dela e participo totalmente das conversas. Como disse antes, é isso que eles querem. Não estão atrás de alguém que aceite tudo como eles querem que seja. Tivemos conversas o tempo inteiro e nem todo mundo estava sempre satisfeito…

Não eram três caras discutindo que lhe disseram para esperar no canto e quando tivessem decidido avisariam…
Klinghoffer: Não. A banda teve tanto sucesso com Rick por tanto tempo que era uma coisa temerária… [mudar de produtor].

Às vezes, falando sob a perspectiva de um fã, se você tem o mesmo produtor por muitos anos ou a banda se produzindo, acaba precisando de ouvidos novos ali. Alguém para chamar a atenção…
Klinghoffer: Sim, e foi isso que fizemos, e espero que tenha funcionado. Como disse, eu conheço Brian há mais tempo, sou amigo dele e tive que trabalhar tão duro com ele quanto tive com Rick. Cada vez mais, percebo que não gosto de trabalhar com produtores. Talvez não sejam produtores em si, mas, no final das contas, acho que sou eu. Minha opinião é levada em conta em todos os níveis, mas há um certo grau de… Tipo assim: “Vou lutar por essa ideia?” Porque há um produtor que está no comando, imagino. Ele está produzindo e há Anthony (Kiedis, vocal) e Flea (baixo), que estão nessa banda desde que eu tinha 4 anos, e Chad (Smith), que está há 25 anos. Vou lutar por essa ideia? Qual é o meu lugar nisso tudo? É só meu diálogo comigo mesmo sobre certas coisas. Acho que quando se trata de algumas decisões quando se está fazendo um álbum, eu meio que sinto que devo dar um passo atrás.

Red Hot Chili Peppers | Foto: Steve Keros

Eu não sei o que ‘Rock and Roll Hall Of Fame’ significa. A razão de eu estar lá é técnica, uma brecha, uma coisa esquisita” – Josh Klinghoffer

Com a sua banda anterior, The Bicycle Thief, você abriu shows para o Red Hot. Conte sobre a dinâmica desses shows abrindo para uma banda enorme no início dos anos 2000. Há certa sensação de surrealidade quando pensa em como isso foi acontecer?
Klinghoffer: Sim, eu tenho isso todos os dias, é muito frequente. Eu não sei o que aconteceu. A sensação é que outro dia eu estava aprendendo a tocar e abrindo para eles. Na época foi demais, estar numa van em turnê e não em casa trabalhando numa loja de discos.

Você fez turnês com Beck, P.J. Harvey, Gnarls Barkley e alguns podem classificá-los como excêntricos e “outsiders”. Fale sobre trabalhar com essas bandas e, especialmente, Beck e P.J. Harvey, que são únicos no que fazem.
Klinghoffer: São dois ótimos compositores. Foi uma honra tocar com ambos e, de novo, não conseguia acreditar que estava fazendo aquilo. Eu tinha 22, 23, 24 anos e ainda aprendendo como tocar guitarra. Ainda pensava em mim muito como baterista. Essas duas turnês foram um pouquinho diferentes. Com Beck, a banda ficava um pouco mais contida, éramos o apoio, e ele ficava lá na frente. E você pode pensar que com Polly (N.T.: o nome real de P.J. Harvey é Polly Jean Harvey) seria a mesma coisa, mas naquela tour específica, ela queria que fosse mais como uma banda de verdade, com todos tendo sua chance nos holofotes. Aí fiz o que eu faria naturalmente se fosse a minha banda e aprendi muito. Foram ambas ótimas e uma época muito boa!

Você entrou para o “Rock and Roll Hall Of Fame”. E veja só quem não está: Rob Halford (Judas Priest), Bruce Dickinson (Iron Miaden), Mötley Crüe, Styx, Moody Blues… Como é isso para você?
Klinghoffer: Eu escolho nem pensar nisso. Não há uma justificativa racional para certas pessoas não estarem lá e eu estar. Você deixa crescer uma cauda e corre atrás dela a sua vida inteira antes de encontrar uma resposta sensata para qualquer uma dessas coisas.

Aliás, eu não quis diminuir o fato de você estar lá. Eu acho que deve. O caso do Pearl Jam é bizarro, porque há vários caras que ajudaram, e eles não estão.
Klinghoffer: Tudo isso é ridículo. Acho que há regras que foram inventadas agora que o Red Hot entrou e não se aplicavam ao Pearl Jam. O Hall of Fame é um museu, basicamente. Eu não sei o que “Hall Of Fame” significa. A razão de eu estar lá é técnica, uma brecha, uma coisa esquisita. Não significa nada mesmo. Se eu começar a viver achando que fiz algo para merecer estar em um Hall of Fame…

Red Hot Chili Peppers | Foto: Steve Keros

Toda fama não é nada comparada ao fato de que troco mensagens com Flea sobre basquete, Chad me deixa ficar na casa dele em Nova York” – Josh Klinghoffer

Você não tem uma camiseta do Hall of Fame com seu nome escrito nela?
Klinghoffer: (risos) Não, só um troféu em cima da lareira. É mais motivo para arrumar assunto do que qualquer outra coisa. Minha resposta padrão sobre isso é que todo dia eu tenho a honra de ser amigo de Flea, Anthony e Chad. É o que me permite estar nessa banda e que ela funcione. O fato da carreira deles ser longa e o timing ter sido perfeito para eu entrar, apesar da minha idade, é secundário. A honra e o feito verdadeiro é ser amigo deles.

E subir no palco e tocar para os fãs.
Klinghoffer: Tudo se resume a ter estado na hora certa, no local certo para conhecê-los e ser um cara legal o bastante para dizer algo interessante sobre mim mesmo, o que é raro, mas ser alguém que eles possam considerar um amigo e é disso que tenho orgulho. Toda fama não é nada comparada ao fato de que troco mensagens com Flea sobre basquete, Chad me deixa ficar na casa dele em Nova York.

Não quero terminar a entrevista com um clima triste, mas Chris Cornell faleceu recentemente e você tocou uma música dele ao vivo, sozinho, em um show do Red Hot. Por que isso foi importante e o que ele significava para você?
Klinghoffer: Sim, a música que toquei, “Seasons”, eu lembro de me sentar no quarto com as luzes apagadas e escutá-la 25 vezes seguidas logo que ela saiu. Ele foi uma grande parte da minha juventude, com a banda e suas composições. Sempre achei que havia uma sofisticação na sua composição, que era diferente de muitos. A morte dele parece tão surpreendente para tanta gente. Não posso comentar sobre isso porque não o conhecia…

Mas isso diz muito sobre o poder da música. Nós sentimos que conhecemos essas pessoas. No meu caso, parece que Rob Halford é meu melhor amigo. É claro que não é, mas você tem essa sensação através da música. É algo poderoso…
Klinghoffer: Sim, o engraçado é que cresci ouvindo essas pessoas de quem agora sou considerado de alguma forma colega, porque toco nessa banda. Mas há certas pessoas com quem eu nunca tive contato e ele é uma dessas. Eu peguei um elevador com ele uma vez. Mas se penso muito na morte dele, eu fico triste demais porque…

Josh Klinghoffer | Foto: Hans-Peter van Velthoven

Tive sorte de nunca precisar fazer algo que não gostava, ter que aceitar um ‘trabalho’ com alguém que não gostasse, admirasse ou tivesse como exemplo” – Josh Klinghoffer

Eu não quero pensar nisso, devemos celebrar a vida dele que é o que você fez tocando a música. Vamos manter o espírito dele vivo.
Klinghoffer: Eu espero que e vida dele tenha lhe dado mais alegria que tristeza. É difícil medir isso, mas…

Ele deixou um legado para continuarmos a apreciar. Para finalizar, quero voltar ao Dot Hacker. Você quer continuar com a banda paralelamente e fazer dele uma coisa só sua, ou é algo no que vai trabalhar quando tiver tempo de sobra?
Klinghoffer: No início, minha intenção era fazer uma coisa só minha, porque passei o período dos 20 aos 30 anos fazendo aquilo que você mencionou: Beck, P.J. Harvey, Gnarls Barkley… Tive sorte de nunca precisar fazer algo que não gostava. Nunca tive que aceitar um “trabalho” com alguém que não gostasse, admirasse ou tivesse como exemplo. Mas, uma coisa levou a outra, e antes que eu percebesse, se passaram dez anos. Então, me vi no final da turnê com Gnarls Barkley e lembrei que parecia ontem que eu tinha um sonho de ter uma banda com amigos e isso nunca aconteceu. Por causa dessa realidade, me tornei insalubre, infeliz e destrutivo algumas vezes. Eu tinha 30 e poucos e anos e não havia tentado fazer o que eu havia pensado quando era adolescente. Olhei para minha vida e achei que se não ficasse atento ela ia desaparecer e ia morrer. Então, através do Gnarls Barkley, conheci Clint Walsh (guitarra), e através dele conheci Eric (Gardner, bateria). Jonathan Hischke (baixo), eu já conhecia. Achei que este quarteto seria uma grande banda e aconteceu bem rápido. Nós fomos nos conhecendo musicalmente e aos poucos nos tornamos algo interessante, foi muito legal. No entanto, a realidade é o que é, e o tempo das pessoas fica mais escasso quando se fica mais velho. Não dá mais para se dedicar tanto. Todo mundo faz turnês e outras coisas, mas conseguimos continuar juntos e estávamos trabalhando quando recebi o telefonema para entrar nessa banda.

Teve um sentimento de culpa de sua parte por deixar seus amigos para trás ou faz parte do jogo?
Klinghoffer: Não exatamente culpa, mas…

Quando estava engrenando você teve que colocar em espera…
Klinghoffer: Na verdade, eu já havia colocado. A questão é que é uma faca de dois gumes, porque o Red Hot é uma benção e uma experiência incrível. Estou amando cada minuto. E isso também ajudou o Dot Hacker a existir, porque não sei se os caras da banda estavam a fim de entrar em uma van e cair na estrada como quando se é jovem. De alguma forma, conseguimos fazer a quantidade de discos que faríamos se tivéssemos uma agenda normal. Nós só não fizemos turnês, esse é o problema. Mas foram três álbuns!

Flea, Anthony Kiedis, Josh Klinghoffer e Chad Smith | Foto: Steve Keros
Flea, Anthony Kiedis, Josh Klinghoffer e Chad Smith | Foto: Steve Keros

Transcrito e traduzido por Carlo Antico.

Rock Talk with Mitch Lafon
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