Após polêmica gerada por cancelamento em séries na Netflix, Reed Hastings, CEO da empresa, explica o que leva isso a acontecer em sua programação
A informação pode parecer estranha, mas o fundador e CEO da Netflix, Reed Hastings, não fez rodeios quando tocou no assunto durante entrevista concedida à Julia Boorstin no programa “Squawk Alley”, do canal CNBC. A visão de Hastings é usar a fórmula “roteiros originais absurdos X cancelamentos de séries X assinaturas canceladas” como caminho para o sucesso.
“Eu estou sempre pressionando a equipe de conteúdo, nós temos que assumir mais riscos, tentar mais coisas loucas, pois devemos ter uma taxa de cancelamento maior. Porque, então, o que você consegue são vencedores, vencedores inacreditáveis, como ’13 Reasons Why’ tem sido para nós nos últimos três meses. Até nós ficamos surpresos. Digo, foi um grande programa, mas nós não tínhamos ideia de como se sairia”, declarou Reed Hastings.
Ao que tudo indica, ainda que pareça um tanto nebulosa à primeira vista, a ideia do CEO da Netflix é apostar extremamente alto, podendo resultar em um cancelamento por baixa audiência ou em um sucesso inesperado, acima de qualquer previsão. Praticamente um cenário “tudo ou nada” comercialmente falando. Na estratégia adotada por Hastings, arriscando em conceitos e roteiros mais ousados, você gera um filtro que permite arriscar mais no rodízio de produções.
Contudo, a métrica adotada pela Netflix (e em serviço similares) não vislumbra apenas os números da audiência. A empresa considera também a projeção feita ao se remover da programação uma série supostamente com bons números para arriscar em uma nova que possa ampliar a base de assinantes, cobrindo inclusive o número de assinantes que cancelarem suas contas de Netflix em virtude do cancelamento de uma série.
Fãs e público em geral podem até ficar indignados por terem suas séries favoritas canceladas (como se deu com “Sense8”), mas a matemática é bem simples e o mundo dos negócios é implacável.