Mesmo com toda a problemática envolvendo a doença de Glenn Tipton, banda vive melhor momento da carreira em décadas e Halford sabe disso
Rob Halford, lendário vocalista do Judas Priest, diz que não há planos para que a banda se aposente, apesar de o guitarrista Glenn Tipton ter anunciado estar se afastando dos shows devido à sua batalha contra a Doença de Parkinson.
Tipton descobriu que ele tinha Parkinson há quatro anos – depois de ter sido acometido pela condição degenerativa há pelo menos meia década antes -, mas apenas recentemente anunciou que iria ficar de fora da turnê de “Firepower”, novo álbum da banda.
Aos 70 anos, o guitarrista, que tocou em todos os álbuns da banda desde a estréia com “Rocka Rolla” (1974), diz que não vai sair, mas simplesmente não consegue lidar com os rigorosos desafios de uma apresentação ao vivo. No momento ele é substituído pelo produtor de “Firepower”, Andy Sneap, também conhecido por seu trabalho como guitarrista do do Hell e Sabbat.
“Sabemos o que Glenn tem enfrentado, e ele nos mostrou a prova absoluta de que não existe aposentadoria nos planos do Priest”, disse Rob Halford ao Maximum Ink. “Glenn tem progredido nos últimos 10 anos com a Doença de Parkinson e nunca mencionou se aposentar ou desistir. Este é realmente um sinal forte, tanto para ele quanto para o resto de nós. Por que deveríamos pensar em nos aposentar agora? Ainda sentimos que há mais música para se fazer, outro show, e sempre nos encontrarmos com nossos belos fãs. Você se aposenta quando as coisas ficam muito instáveis e um pouco tristes, e não é o caso de Priest. Provavelmente, agora estamos mais fortes do que antes, e eu acho que Glenn concordaria com isso.”
Além do Glenn, os números também reforçam isso. O álbum “Firepower” tem obtido resultados esmagadores em vendas de discos e na presença dos fãs na atual turnê norte-americana. O novo trabalho tem sido aclamado como, de longe, o melhor desde que Halford retornou para a banda, em 2003.
Rob e o Ian Hill, baixista da banda, conversaram anteriormente sobre um potencial fim da banda no Metal Hammer Podcast.
“Não posso prever que, digamos, em 2022, às 3 horas da tarde numa quarta-feira de julho, anunciaremos o fim”, disse Rob. “Eu acho que agora, mais do que nunca, estamos tão felizes e gratos de termos sido capazes de chegar tão longe com o apoio de nossos, que não falamos sobre uma turnê de despedida, ou aposentadoria. Eu acho que, seguramente, aos poucos vamos tocar menos, mas não vejo isso num futuro próximo.”
“Onde você não toca?” observou Ian Hill. “Novo álbum, a turnê chegando, todas essas ofertas estão vindo de todo o mundo. Então estamos de volta.”
“Você tem que ir onde seus fãs querem você”, acrescentou Rob. “Você pode organizar a turnê de uma maneira diferente, mas você não pode simplesmente ir para A, depois para C, e deixar B de lado, porque essas pessoas te apoiaram por 30, 40 anos. Você tenta explicar a eles que você não vem para B, então terão viajar milhares de quilômetros para A ou C. Não podemos ser assim como uma banda, ou como pessoas. Então nós vamos continuar indo e indo e o fim chegará apenas quando mostrar seu rosto”, concluiu o vocalista.
Em 2011, o Judas Priest embarcou em sua série mundial de shows que seriam uma turnê de despedida. Não demorou muito, no entanto, para que mudassem de ideia. Rob Halford creditou a adição do guitarrista Richie Faulkner, que substituiu o membro original K.K. Downing, com um rejuvenescimento para a banda.
Confira uma entrevista exclusiva com Richie Faulkner no ROCKARAMA, falando tudo sobre o novo álbum e o estado de saúde de Glenn Tipton:
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