Sword Coast Legends: simples, direto e divertido

Game atende quem busca um desafio D&D com jogabilidade simplificada

Personagens de Sword Coast Legends | Foto: Divulgação - swordcoast.com
Personagens de Sword Coast Legends | Foto: Divulgação - swordcoast.com
Sword Coast Legends - Capa

Sword Coast Legends
Desenvolvedores: n-Space | Digital Extremes
Editora: Digital Extremes
Diretor: Dan Tudge
Música: Inon Zur
Plataformas: Microsoft Windows, OSX, Linux, PlayStation 4 e Xbox One
Lançamento: Microsoft Windows, OSX e Linux em outubro de 2015; PlayStation 4 e Xbox One em 19 de julho de 2016
Gênero: Role-playing videogame
Modos: Single-player, multiplayer
Site oficial: swordcoast.com

Classificação:

Sempre fui um grande fã das adaptações de Dungeons & Dragons para o videogame, experimentando desde a longínqua e clássica trilogia “Eye of The Beholder” (1990 a 1993), até as séries “Neverwinter Nights” (iniciada em 1991), “Baldur’s Gate” (iniciada em 1998) e “Icewind Dale” (iniciada em 1999). Cada game que joguei dessa categoria tem o seu charme e características adoradas e/ou criticadas pelos fãs, principalmente por aqueles que levam as regras de D&D e AD&D de forma mais ferrenha.

“Sword Coast Legends” não foge à regra. Ele apresenta elementos que podem ou não agradar, dependendo do que você espera dele e como o compara em relação aos demais videogames D&D e com as regras base do RPG. Eu, particularmente, gostei muito, pois tudo é intuitivo e simplificado. Era justamente nesse clima que eu estava ao começar a jogar. Normalmente, prefiro a complexidade de um “Baldur’s Gate” (ou além), mas dessa vez eu queria algo que fluísse mais na história e exigisse menos horas/jogo.

Ambientado na campanha de “Forgotten Realms” e baseado nas regras da 5ª edição do D&D, tudo neste game é mais simples que o usual, desde a criação do personagem principal até mesmo a influência que as características (direcionamento do personagem, pontos de carisma, força etc) exercem no todo. A aquisição de itens fortes/mágicos e peças de ouro é generosa, o número de NPCs reduzido (apesar de sempre ser aquele sofrimento para montar um grupo com apenas 4 personagens atuantes) e a evolução em níveis e árvore de habilidades são bem diretas. Foco na missão principal e missões secundárias e é isso. Para mim foram aproximadas 90 horas de diversão single player num padrão criterioso de jogo, resolvendo todas as missões secundárias e elevando todos os personagens até o nível máximo, que é 20.

A missão principal gira em torno de uma história que se inicia com você sendo um membro da Burning Guild, que está escoltando uma caravana até a cidade de Luskan. O grupo é atacado por mercenários ligados aos Cavaleiros de Helm, sob a alegação que a sua guilda é composta por adoradores do demônio. Neste ponto inicia-se uma campanha em busca de respostas em Luskan e nos arredores da Sword Coast. O enredo em si é legal e a história oscila bastante ao longo do jogo, com momentos bem envolventes e outros que certamente vão remeter os amantes mais antigos de D&D às campanhas guiadas por aquele amigo Dungeon Master que não manjava tanto da coisa. Mas a média é boa.

Além da campanha principal, o game apresenta as opções de Dungeon Crawl (jogos curtos em dungeons escolhidos/montados pelo jogador – ótimo para aquisição de itens e experiência, pois este modo é conectado com o seu personagem e NPCs da campanha principal) e Dungeon Master (na qual o jogador assume o papel de criar e administrar campanhas), além da DLC (gratuita e já embutida) “Rage Of Demons”, que garante mais umas boas horas de jogo em uma nova campanha. Todas as opções têm o modo online bem rico, mas a minha experiência foi single player – esta é a minha praia, não adianta.

Gameplay | Foto: Divulgação - swordcoast.com
Gameplay | Foto: Divulgação - swordcoast.com
Gameplay | Foto: Divulgação - swordcoast.com
Gameplay | Foto: Divulgação - swordcoast.com

A jogabiliade em si é muito boa, os gráficos e músicas (executadas pela Filarmônica de Praga) ricos e detalhados. No PC e Mac, as plataformas que usei para o jogo, tudo flui bem, exceto pelo tempo de carregamento (mesmo em hardware potente) e os irritantes CTDs. Neste último caso, se você tentar jogar numa configuração além do que a sua composição de hardware permite, prepare-se para ver o seu desktop constantemente. No mais, tem uma coisa que me irritou profundamente: cada personagem que você cria possui apenas um espaço para save – apenas um! E ele serve para qualquer opção do jogo que você entra (campanha principal, DLC, Dungeon Crawl etc). Então, cuidado com os dilemas ao longo do jogo, e caso você se prenda muito neles, como eu, desabilite a função autosave no momento em que der o start. Em termos de bugs, vi muitos relatos internet afora, mas apenas experimentei dois: uma missão secundária que não pôde ser completada por um bug no chefe e itens sumindo “misteriosamente” do baú principal do personagem.

No geral, tive uma experiência muito boa, pois o game supriu o que eu buscava no momento em que o instalei e me cativou ao longo da campanha. No entanto, sinto-me obrigado a avisar que existem muitos reviews negativos ou medianos por aí. O Metascore do game é 61. A minha dica é: se for jogar “Sword Coast Legends”, curta “Sword Coast Legends” e vibre na mesma sintonia da equipe que cuidou do desenvolvimento dele. Sequer pense em comparações com “Baldur’s Gate” e “Neverwinter Nights”, e nem busque muito rigor com as regras do D&D. Caso contrário, será decepção praticamente certa.

Valor no Steam na data da publicação: R$ 36,99

Para ler:

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