A produção “The Weight of Forgiveness” é um filme cuja poética transcende o universo de Star Wars
“The Weight of Forgiveness” é um fan film italiano de Star Wars e um curta profundamente tocante. Apenas mais um fan film Star Wars? Olha, acompanho produções independentes baseadas em franquias e personagens famosos há muitos anos (os tais “fan films”, como é o caso aqui). Já assisti coisas horríveis, bem como pequenas obras-primas. “The Weight of Forgiveness” (em português, “O Peso do Perdão”) está entre essas obras-primas, mas com algo a mais.
Por que? Eu poderia me deter em ficar descrevendo coisas que vocês mesmos já viram e verão novamente ao assistir: fotografia, direção, figurino, trilha sonora, coreografia, enfim, passar o resto do texto preso a questões que sim, são importantes e consideramos no momento de analisar ou comentar sobre um filme. Contudo, estou há mais de um ano revendo esse fan film e, até agora, não consigo parar de me encantar com o conjunto da obra e com as possíveis interpretações de sua mensagem. Vale observar que não há uma única fala ao longo de seus pouco mais de 14 minutos, no entanto, os simbolismos conduzem nossos pensamentos às mais belas reflexões. Soa clichê? Pode até soar, mas quando me deparo com algo dessa magnitude, não fico tentando contornar o inevitável com sinônimos.
“The Weight of Forgiveness” abusa da linguagem poética da forma mais cativante que se pode imaginar. Segundo os autores e diretores Eugenio Di Fraia e Andrea Iannini – que além de serem também os responsáveis pelos belíssimos efeitos especiais, são experts em duelos com sabres de luz – o filme oferece leituras diversas em sua mensagem: psicológica, pacifista, ecológica e até religiosa, entre tantas outras. O roteiro e conceitos adotados são realmente compatíveis com muitas abordagens e visões de mundo.
Já disse bem mais do que queria, mas é que me apaixonei perdidamente por esse filme – devo ter assistido, literalmente, quase 100 vezes. Como alguns poemas que fico lendo repetidamente por dias, meses, anos, como se fosse sempre a primeira vez. Faça um favor a você mesmo: arrume alguns minutos e permita-se refletir ao longo dessa pequena preciosidade da 7ª Arte.