UFG terá minicurso de Sensores Avançados Embarcados em VANTs

Tecnologias – sensores hiperespectral e LiDAR, a bordo de drones, serão utilizados para monitorar a Amazônia e o Cerrado

Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da UFG recebe minicurso Sensores Avançados Embarcados em Veículos Aéreos Não Tripulados
Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da UFG recebe minicurso Sensores Avançados Embarcados em Veículos Aéreos Não Tripulados

De que maneira é possível utilizar sensores de última geração para estudar as florestas, os solos e a biodiversidade brasileira? Neste início de mês, o WWF-Brasil e a Universidade Federal de Goiás (UFG), com o apoio da Universidade da Flórida, dão um importante passo na busca por essa resposta. Isso porque, entre os dias 10 e 12 do próximo mês, essas três instituições, em conjunto com outros parceiros, promovem no campus da UFG, no Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), em Goiânia (GO), o minicurso Sensores Avançados Embarcados em Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs).

Contando com momentos teóricos e práticos, este curso tem como objetivo testar o uso de sensores hiperespectrais e LiDAR na geração de imagens sobre diversos tipos de paisagens na Amazônia e no Cerrado. A ideia é, por meio dessas imagens, gerar informações sobre degradação e recuperação florestal e assim melhorar os trabalhos de conservação da natureza que acontecem nesses dois biomas.

O minicurso terá aproximadamente 25 participantes, entre docentes e estudantes de graduação e pós-graduação da UFG, além de pesquisadores de outras organizações. Os professores serão Eben Broadbent e Angélica Zambrano, da Universidade da Flórida – instituição que já tem trabalhos com sensores de alta tecnologia. Os dois professores virão compartilhar suas experiências, visando uma parceria internacional.

Em novembro de 2016, o WWF-Brasil e o Instituto Mamirauá começaram a utilizar drones para o monitoramento de populações de botos | Foto: © Amanda Lelis
Em novembro de 2016, o WWF-Brasil e o Instituto Mamirauá começaram a utilizar drones para o monitoramento de populações de botos | Foto: © Amanda Lelis

Saídas a campo

Os momentos teóricos serão complementados por duas saídas a campo, que vão justamente buscar informações na natureza para subsidiar as discussões do minicurso. Antes das conversas no campus da UFG, um grupo de cientistas vai ao Acre, para a Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, entre os dias 02 de 07 de julho, ver como a floresta amazônica é retratada por esses sensores.

Já entre os dias 12 e 14 de julho, os participantes vão a uma área a cerca de 200 km da capital Goiânia, fazer o mesmo tipo de experimento, mas desta vez para obtenção de imagens no Cerrado.

Tecnologia

Para fazer a leitura dessas paisagens, serão utilizados sensores hiperespectrais e LiDAR (do inglês Light Detection And Ranging). Ambos são tecnologias bastante avançadas de sensoriamento remoto, sobretudo para veículos aéreos não tripulados, que apenas começam a ser utilizadas no Brasil. Profissionais da Geografia, Engenharia Florestal, Ciências Ambientais, Agronomia, Ecologia e Biologia podem se valer dessas informações para aperfeiçoar suas pesquisas.

Um sensor hiperespectral é capaz de registrar mais de uma centena de imagens do mesmo alvo ou objeto, em diferentes faixas espectrais da luz. Se devidamente calibrado, pode prover informações como a composição físico-química de plantas, solos e rochas expostas, bem como a morfologia dos terrenos analisados.

O LiDAR, por sua vez, trabalha com pulsos de laser, que fornecem ao usuário imagens tridimensionais de altíssima resolução. Ele é capaz de “ler”, por exemplo, árvores ou edifícios inteiros. Este método já vem sendo usado em atividades de mineração e engenharia florestal – e possui grande potencial para uso em outros campos, ligados à conservação e entendimento da natureza.

Os dois métodos são considerados velozes e de alta precisão, e apresentam custos muito mais baratos em relação a outras maneiras de se fazer levantamentos de florestas conservadas ou degradadas

Os equipamentos serão embarcados em veículos aéreos não tripulados (Vant’s), os famosos drones. O WWF-Brasil e a UFG já vêm, desde o ano passado, testando os drones no monitoramento de biodiversidade e fragmentos florestais; e o uso de sensores de alta tecnologia é mais um passo na consolidação deste trabalho.

Artigos e teses

Um dos coordenadores do minicurso, o professor da UFG Manuel Eduardo Ferreira, explicou que a capacitação vai testar “todas as possibilidades” desses aparelhos. “Como são equipamentos caros e não tão comuns, vamos testar os usos, as aplicações, os resultados e as análises de dados”, afirmou.

O educador contou ainda que os dados obtidos vão gerar, no futuro, artigos científicos e dissertações de mestrado e teses de doutorado. Algumas pesquisas sobre este tema já estão sendo conduzidas na Pós-Graduação em Geografia da UFG/IESA. Manuel é docente do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais da UFG, e pesquisador associado ao Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig).

Para o especialista de conservação do WWF-Brasil, Marcelo Oliveira, o trabalho conjunto entre o WWF-Brasil, o Lapig e a Universidade da Flórida é um dos pontos positivos deste trabalho. “Também acredito que estamos dando um importante passo no uso dessas tecnologias para aplicações práticas nos estudos de conservação da floresta amazônica”, disse.

Entre os apoiadores desta atividade estão a Embrapa e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Imagem feita por um drone mostra como este tipo de equipamento pode contribuir com o sensoriamento remoto e a conservação da natureza | Foto: © WWF-Brasil
Imagem feita por um drone mostra como este tipo de equipamento pode contribuir com o sensoriamento remoto e a conservação da natureza | Foto: © WWF-Brasil
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