Van Halen: disco de estreia completa 40 anos

Além de Eruption, solo que colocou Eddie Van Halen no mapa, Van Halen I oferecia bem mais

Van Halen: disco de estreia completa 40 anos
Alex Van Halen, David Lee Roth, Michael Anthony e Eddie Van Halen: um vulcão em erupção | Foto: Divulgação

Se os chamados heróis da guitarra, como Jimi Hendrix, Eric Clapton, Jimmy Page e Ritchie Blackmore, eram figuras estudadas por novos aspirantes ao instrumento, o lançamento de Van Halen I, álbum de estreia da banda americana de hard rock Van Halen, trouxe um detalhe que mudaria os padrões. O som que saía da “Frankenstrat”, guitarra de Eddie Van Halen montada sobre o corpo da tradicional Fender Stratocaster, era algo inusitado.

A pequena peça instrumental, um solo intitulado “Eruption“, explorou a técnica de ‘tapping’ e, mais que ser incluída no vídeo promocional de apresentação do disco, passou a servir de base para estudo. Na realidade, “Eruption” não estava planejada para fazer parte do repertório, mas um dia Eddie estava se aquecendo para um show no Whisky A Go-Go, em Los Angeles, e o produtor Ted Templeman sugeriu que ele a incluísse no disco. A decisão foi acertada, e a técnica de Eddie se espalhou pelos quatro cantos do mundo. Não tardou e ele concedeu, meses depois do lançamento do debut, sua primeira entrevista para a Guitar Player.

Porém, Van Halen I ia além dos os olhares para a técnica de Eddie. Lançado a 10 de fevereiro de 1978 e produzido por Ted Templeman, trouxe a batera ‘zeppeliana’ de Alex Van Halen, o baixo marcante e os vocais de apoio de Michael Anthony e a performance diferenciada do vocalista David Lee Roth. Assim, apresentou os hits “Runnin’ With The Devil” e “Ain’t Talkin’ ‘Bout Love”, além de uma versão turbinada para “You Really Got Me” (The Kinks). Em “Atomic Punk”, Eddie usou um efeito especial de guitarra, MXR Phase 90, que depois repetiu em “Everybody Wants Some!”, de “Women and Children First” (1980). Já em “On Fire”, o solo de Eddie foi inspirado em John McLaughlin.

A receptividade foi estrondosa, e Van Halen I recebeu disco de ouro a 24 de maio, permanecendo 169 semanas nas paradas. Atingiu a 19ª posição nos Estados Unidos e a 34ª no Reino Unido, vendendo mais de dez milhões de cópias na América. Além disso, se for contabilizada a vendagem progressiva, o álbum chegou à platina dupla em agosto de 1996 e conquistou disco de diamante em março de 1999. É, o saudoso jornalista Charles M. Young, responsável por colocar os Sex Pistols na capa da revista Rolling Stone, estava errado. A afirmação de que “em três anos ninguém vai se lembrar deles” foi engolida por um vulcão em erupção chamado Van Halen.

A turnê de promoção de Van Halen I se iniciou concomitantemente ao lançamento do disco, com shows no Pasadena Civic Auditorium e no Whisky A Go-Go. As datas agendadas durariam cerca de três semanas, mas acabaram prolongadas por oito meses, com o Van Halen abrindo shows para nomes como Black Sabbath, Montrose e Journey. Nada mau para uma estreia…

Repertório:
Runnin’ with the Devil
Eruption (instrumental)
You Really Got Me (Cover do The Kinks)
Ain’t Talkin’ ‘bout Love
I’m the One
Jamie’s Cryin’
Atomic Punk
Feel Your Love Tonight
Little Dreamer
Ice Cream Man (Cover de John Brim)
On Fire

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